SOBREVIVÊNCIA

Onça que virou símbolo no Pantanal em 2020 é encontrada novamente

22 de novembro de 2023

Busca foi possível com auxílio de dados fornecidos pelo colar de identificação

ICMBio

 

Ousado foi resgatado no dia 11 de setembro de 2020 com queimaduras de terceiro grau nas patas devido ao incêndio que atingiu a região à época – Foto: ICMBio

Na tarde do último domingo (19), Ousado, uma onça-pintada macho que marcou os incêndios do Pantanal em 2020 – por ter as patas queimadas – foi avistado novamente por pesquisadores do ICMBio, Ampara Silvestre e Panthera Brasil.

“Recebemos a informação de que ele poderia estar com as patas queimadas, assim como outras onças da região devido aos incêndios”, diz o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap-ICMBio), Rogério Cunha. O coordenador conta que este foi um dos principais objetivos durante o incêndio, visto que em 2020, houve diversas ocorrências de onças com as patas queimadas.

 

Ousado

Ousado

Então, começou uma busca que durou três dias por Ousado, com dados baseados na informação prévia obtida pela coleira de monitoramento. O grupo estabeleceu uma área de busca e colheu informações de quem estava em campo. A equipe soube que um guia viu Ousado no sábado e, aí, começou a mapear a área.

Os pesquisadores avistaram Ousado em uma das praias que margeiam o rio. Eles confirmaram que uma das patas dianteiras do felino estava, de fato, inchada e com uma leve escoriação. “Não tem nenhuma ferida grave, nada que comprometa a sobrevivência dele. Este ferimento pode ser de caça, de briga ou de uma queimadura”, diz Cunha. Ele ainda acrescenta que Ousado aparenta estar saudável, o que faz com que ele tenha ainda mais chances de se recuperar sem qualquer intervenção.

Relembre o caso
Ousado foi resgatado no dia 11 de setembro de 2020 com queimaduras de terceiro grau nas patas devido ao incêndio que atingiu a região à época. Ousado recebeu um tratamento inovador à base de células-tronco no Instituto Nex, em Corumbá de Goiás. A recuperação do felino foi satisfatória e pouco mais de um mês depois, ele foi solto na natureza.

Monitoramento e resgate
Neste evento, foi estabelecido um grupo para cuidar do monitoramento dos animais afetados e procedimentos para resgate. Este esforço reúne profissionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA-MT),  Grupo de Resgate a Animais em Desastres (GRAD), Ampara Silvestre e Panthera Brasil

Até o momento, os pesquisadores já fizeram o resgate de uma ema, uma cabeça-seca, dois ouriços e um lagarto. Eles permanecem em campo para realizar o monitoramento e a contagem de animais mortos nas áreas queimadas.

Comunicação ICMBio
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(61) 2028-9280