ICMBio realiza vigilância do incêndio que ameaça Estação Ecológica de Taiamã
1 de dezembro de 2023Apesar de algumas chuvas esparsas na região, os brigadistas permanecem atentos para atuar, caso o incêndio volte
Foto: Acervo Taiamã
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) iniciou no dia 27 a fase de vigilância de um incêndio que ameaça a Estação Ecológica de Taiamã. O incêndio está há cerca de 2km da Estação, a leste da unidade, próximo ao Rio Bracinho (um braço do Rio Paraguai). As chamas não atingiram o interior da Estação Ecológica.
As primeiras ações de combate ocorreram no dia 22 de novembro, quando o fogo se aproximou do Rio Bracinho, próximo à Ilha de Sararé, que faz limite com a unidade. No dia seguinte (23), o Instituto Chico Mendes deslocou mais dez brigadistas que estavam na Operação Pantanal Norte e mais um servidor especialista em combate a incêndios.
No dia 27 o ICMBio recebeu o auxílio de militares do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Mato Grosso (CMB-MT). Dois helicópteros e embarcações disponibilizadas pelo ICMBio e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) prestam apoio aos brigadistas.
De acordo com o analista ambiental Marcelo Andrade, que chefia as operações da Pantanal Norte, a estratégia adotada foi a construção de linhas de defesa ligando o Rio Bracinho ao Rio Formoso. “Como a área é de difícil acesso, esta estratégia permite otimizar os nossos recursos e tem sido eficaz para não deixar com que o incêndio adentre a Estação Ecológica”, comenta Andrade.
Apesar de algumas chuvas esparsas na região, os brigadistas permanecem atentos para atuar, caso o incêndio volte. “Pelas características do Pantanal, as chuvas que têm caído amenizam, mas não apagam totalmente um incêndio florestal. Por isso, a importância do trabalho do combate indireto, com a construção dessas linhas de defesa, e a vigilância, pois este incêndio pode voltar se ficar alguns dias sem chuva”, acrescenta Andrade.
OPERAÇÃO PANTANAL NORTE
A Operação Pantanal Norte foi um esforço integrado entre ICMBIo, Ibama e CBM-MT para combater e extinguir o incêndio que atingia o Pantanal desde o início de outubro. A Operação foi dividida em quatro áreas: Transpantaneira, Terra Indígena Baía dos Guató, Parque Estadual Encontro das Águas e Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense.
Após um mês de combate, os brigadistas conseguiram conter as chamas e o incêndio nas quatro regiões está sob vigilância. A operação chegou a contar com mais de 200 pessoas e mais de 10 aeronaves, contudo, as instituições já iniciaram desmobilização gradual dos combatentes.
ANIMAIS
Os animais estão sendo atendidos por um grupo Multi agências formado por ICMBio, Ibama, Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema-MT), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Ampara Silvestre, Panthera e Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD).
Os profissionais estão realizando o monitoramento de animais vivos e mortos. Em relação aos animais vivos, há a instalação de armadilhas fotográficas, o monitoramento à distância e busca ativa por animais vivos e mortos nas áreas atingidas por fogo.
Animais que precisam de alguma intervenção são avaliados e, caso seja necessário um atendimento clínico, são encaminhados para a Ampara Silvestre.
Segundo a analista ambiental do ICMBIo, Claudia Sacramento, que está comandando os trabalhos, o monitoramento de vivos constata que os animais estão voltando a ocupar as áreas atingidas pelo fogo. Já foram vistos cervos, bugios, macacos-prego, tuiuiús, cabeças-secas, antas, jaguatiricas, onças e mais animais que habitam o Pantanal com comportamentos habituais, inclusive, a cópula.