Cachorro-vinagre é registrado pela primeira vez no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque
16 de fevereiro de 2024Animais foram fotografados por câmeras de monitoramento da biodiversidade
Cachorro-vinagre – Foto: Acervo Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque
Uma matilha do cachorro-vinagre (Speothos venaticus), espécie que está na lista de ameaçadas de extinção no Brasil, foi flagrada pela primeira vez no interior do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque por câmeras fotográficas durante uma atividade de monitoramento da biodiversidade.
O cachorro-vinagre é um canídeo de corpo comprido, orelhas arredondadas e pernas curtas, com membranas interdigitais entre seus dedos, facilitando a locomoção na água. Possuem uma coloração castanho-avermelhada, e seus filhotes nascem acinzentados. É o menor entre os canídeos brasileiros, mede entre 57 e 75 cm de comprimento, possui entre 12 e 15 cm de cauda e pode pesar de 5 a 8 kg.
A aparição é rara, segundo a analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Fernanda Colares. “É um canídeo raro e de difícil registro. Já havia sido identificado através de relatos de moradores da região, mas essas fotos confirmaram a existência da espécie no interior do parque”, explica Fernanda.
Para registrar a espécie e outros animais, foram instaladas mais de 60 câmeras fotográficas em pontos estratégicos no interior da unidade de conservação. A atividade, que está em sua 3ª edição, faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP).
Monitoramento da biodiversidade
As amostragens anuais utilizam o protocolo chamado TEAM, que permite estimativas de diversos parâmetros de biodiversidade e tem se tornado padrão no monitoramento de florestas tropicais, registrando mamíferos e aves terrestres de médio e grande porte.
A instalação das câmeras foi feita por jovens da comunidade Sete Ilhas, localizada na Perimetral Norte, no município de Pedra Branca do Amapari (AP), que receberam treinamentos para operar o equipamento.
O aparecimento dessa espécie dentro do parque significa que a unidade de conservação tem cumprido seu papel de conservação da biodiversidade na Amazônia. Outras espécies também foram flagradas pelo programa de monitoramento, como anta, irara, queixada, jacamim, mutum, onça-parda, capivara, veado, cutia, tatu, gato-maracajá, jaguatirica, entre outras.