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Estudo inédito vai mapear potencial da prática de ciclismo em parques e florestas nacionais de todo Brasil

1 de março de 2024

Intenção é identificar possibilidades de ampliação do acesso e de criação de novos circuitos e trilhas em unidades de conservação administradas pelo ICMBio

ICMBio

Parque Nacional de Brasília abriga maior trilha sinalizada em unidade de conservação – Foto: Flona de Brasília/ICMBio

Uma parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) vai produzir um estudo inédito sobre o uso de bicicletas em parques e florestas nacionais em todo o Brasil. O objetivo é mapear o cenário atual e identificar o potencial de ampliação e criação de novos roteiros e trilhas nas diferentes unidades federais de conservação ambiental.  

Publicado na terça-feira (27) no Diário Oficial da União, o acordo de cooperação prevê a definição de novas estratégias de conservação e de educação ambiental a partir da prática do ciclismo. O estudo vai envolver gestores e frequentadores das unidades, ciclistas, pesquisadores e moradores do entorno das UC’s. A intenção é reunir subsídios para as políticas nacionais de incentivo ao uso da bicicleta.  

De acordo com o analista ambiental da Coordenação de Planejamento, Estruturação da Visitação e do Ecoturismo do ICMBio, Eduardo Barroso, o levantamento vai permitir uma avaliação do fluxo, volume e impacto positivo do cicloturismo nas unidades de conservação. “É o primeiro passo para termos uma fotografia do uso desse modal em nossas unidades e, com isso, promovermos uma mudança de cultura no Instituto a respeito do uso da bicicleta em UC”, avalia.  

A previsão é que os primeiros resultados do estudo sejam apresentados no início do segundo semestre deste ano.  

Potencial  

Um exemplo do potencial do uso de bicicletas em unidades federais de conservação é a Floresta Nacional de Brasília. Em 2023, um projeto-piloto permitiu mapear o fluxo de ciclistas na unidade que abriga a maior trilha de mountain bike sinalizada do País, o Circuito Flona, com 48 quilômetros de extensão. A partir de dados apurados com contagem eletrônica de visitantes, foi possível estimar que ao menos 75 mil ciclistas transitam pela unidade por ano.  

O aumento na movimentação de usuários de bicicletas, sobretudo nos fins de semana, gerou uma sensação maior de segurança aos frequentadores, o que acabou atraindo mais visitantes e fazendo da Unidade o destino mais procurado por ciclistas de trilhas no Distrito Federal. 

“A visitação nas unidades de conservação é uma importante aliada. Quanto maior a visitação, mais pessoas conhecem o lugar e se tornam seus defensores. Os trilheiros ajudam no combate à caça ilegal, aos incêndios florestais e ao turismo irresponsável, além de contribuir imensamente na manutenção das trilhas e na gestão da Unidade de Conservação”, destaca Fábio dos Santos Miranda, chefe da Floresta Nacional de Brasília. 

Para o gestor, o estudo previsto no acordo de cooperação será mais um incentivo para viabilizar a oferta de novas opções de rotas de cicloturismo nas unidades de conservação. “Nosso objetivo é oferecer ainda mais opções para os trilheiros do DF e do Brasil, pois estamos trabalhando para integrar as trilhas da Floresta Nacional de Brasília e do Parque Nacional de Brasília, formando o ‘Arco Brasília’. Com 85 quilômetros de distância, o caminho possui viés cívico, histórico e cultural, além de proporcionar o acesso aos principais atrativos das duas unidades”, antecipa.  

Ações previstas no plano de trabalho: 

  • Levantar e organizar os dados sobre uso de bicicletas nas Unidades de Conservação vinculadas ao ICMBio; 
  • Inventariar a infraestrutura disponível para uso público com bicicleta nas Unidades de Conservação; 
  • Realizar análise acerca da documentação associada ao uso público em cada uma das UC’s, tais como planos de manejo e PUP (plano de uso público); 
  • Levantar e analisar bases de dados secundárias sobre uso de bicicleta nas Unidades de Conservação, tais como mapa de calor de aplicativos (como Strava, Wikiloc e Trailforks), dados de contagens de ciclistas, eventos e competições de ciclismo, entre outras; 
  • Realizar estudos apontando casos de sucesso de uso público por ciclistas, associando oferta de infraestrutura, reconhecimento legal (planos de manejo) e externalidades positivas comprovadas; 
  • Consolidar um painel de especialistas que deverão acompanhar a execução de todo o estudo conjuntamente com as organizações executoras deste plano de trabalho.