Parque Nacional Cavernas do Peruaçu dá mais um passo para o reconhecimento como Patrimônio Mundial Natural
9 de março de 2024Avaliação final deve ocorrer em julho de 2025
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu – Foto: Fernando Tatagiba/ICMBio
A Unesco aprovou, na última sexta-feira (1º), a candidatura do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu à Lista do Patrimônio Mundial Natural. A unidade possui uma rica biodiversidade, incluindo cavernas, cânions, pinturas rupestres e sítios arqueológicos, formando uma beleza cênica natural. Quase 500 cavidades já foram catalogadas no Parque Nacional.
“Quando um bem é inscrito na lista do Patrimônio Mundial, é o reconhecimento de algo excepcional, ou seja, um valor para a humanidade. Isso proporciona um status de proteção global e representa uma responsabilidade para o ICMBio, mas também uma oportunidade significativa para o desenvolvimento do turismo”, afirma Bernardo Issa, coordenador-geral do SNUC no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Segundo a Unesco, a nomeação do Parque atende a todos os requisitos técnicos descritos nas Diretrizes Operacionais para a Implementação da Convenção do Patrimônio Mundial. Os atributos que fundamentam a nomeação da unidade demonstram um alto grau de conservação, uma vez que toda a propriedade está integralmente inserida em uma área de proteção desde sua criação, em 1999.
Próximos passos
A partir de agora, o Instituto Chico Mendes e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) irão envolver e consultar populações tradicionais para aprimorar a candidatura, incluindo os indígenas Xacriabás que residem nas proximidades do Parque. No segundo semestre deste ano, o Brasil receberá uma missão de avaliação que fornecerá subsídios para o Comitê do Patrimônio Mundial decidir sobre a inclusão do Sítio na lista do Patrimônio Mundial.
Foto: Fernando Tatagiba
Sobre o Parque
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, localizado na parte norte do estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil, abrange uma área de 56.800 hectares. Quase 500 cavidades já foram catalogadas no Parque Nacional, incluindo enormes cavernas adornadas com decorações de espeleotemas diversas e ricas.
A Caverna do Janelão apresenta galerias com seções parabólicas e passagens com larguras e alturas superiores a 100 metros e preserva a maior estalactite do mundo: a Perna da Bailarina, que tem cerca de 28 metros de comprimento.
O Cânion do Rio Peruaçu, com 17 km de comprimento, é um dos maiores do mundo dentro de um vale cárstico, resultado do colapso de antigas galerias. Possui um desnível vertical de mais de 200 metros e sucessivas dolinas de colapso, testemunhas do processo evolutivo único do cânion. A área designada contribui para ampliar a representatividade de sítios cársticos sobre rochas carbonáticas em um clima semiárido nos trópicos.