Meio ambiente

Rede de Ação realiza segundo encontro para enfrentamento à invasão de ostras exóticas no litoral paulista

27 de março de 2024

Objetivo é criar estratégias de monitoramento, enfrentamento à bioinvasão que tem causado danos ao ambiente marinho costeiro da região e prejuízos às populações tradicionais

Comunicação ICMBio

– Foto: Núcleo de Gestão Integrada Iguape – NGI/ICMBio

Aconteceu no último dia 12 de março o segundo encontro da Rede de Ação para Enfrentamento à Ostra Exótica Saccostrea cucullata no litoral paulista. O evento, apoiado pelo Projeto GEF Mar, contou com a participação do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio em Iguape, UNESP, IBAMA, Fundação Florestal, Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) de São Paulo, Instituto de Pesca, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de São Paulo (CATI) e de comunidades tradicionais locais que tem na coleta de ostras nativas uma de suas fontes de renda. 

O foco do encontro foi criar estratégias de monitoramento e manejo, centradas em três principais grupos: gestão, pesquisa e comunicação, além de iniciar a construção de um Plano de Ação para enfrentamento dessa bioinvasão.  

A invasão de espécies exóticas é uma ameaça crescente à biodiversidade e à estabilidade dos ecossistemas. Uma espécie que vem causando grande preocupação nos últimos anos é a ostra exótica invasora originária do Indo-Pacífico e das costas da África.  

Essa ostra exótica foi detectada em 2014, em Bertioga, no litoral de São Paulo. Desde então, sua distribuição e abundância têm aumentado, causando preocupação no sudeste e sul do país. Sua rápida expansão e alta adaptabilidade às condições locais exigem uma resposta coordenada e eficaz para evitar maiores desequilíbrios ecológicos e socioeconômicos, além de assegurar a integridade de populações da ostra nativa do mangue (Crassostrea brasiliana). 

A Rede de Ação busca prevenir, controlar e erradicar a ostra exótica invasora, promovendo a integração de conhecimentos, padronização de protocolos e ações conjuntas entre instituições e comunidades locais. É de extrema importância manter o acompanhamento contínuo e a implementação de ações conjuntas, que serão fundamentais para alcançar os objetivos de manejo e conservação da biodiversidade no litoral Centro-Sul de São Paulo e Paraná, de modo a controlar essa espécie no litoral brasileiro.” 

O processo teve início em agosto de 2023, com a primeira reunião entre representantes do ICMBio NGI Iguape e UNESP. A formalização da Rede ocorreu em dezembro de 2023, durante a primeira oficina, integrando membros destas instituições, como também representantes do Ibama, Fundação Florestal, IPA, Instituto de Pesca e comunidades tradicionais locais.

Foto: NGI Iguape Inspirada em modelos bem-sucedidos, como o combate ao coral-sol no litoral paulista, a Rede foi formada para manejar espécies exóticas invasoras e o primeiro grupo a estabelecer uma interação direta com a comunidade tradicional, visando fortalecer a participação ativa de caiçaras e quilombolas na gestão e enfrentamento dos impactos da bioinvasão dessa espécie.  

O NGI ICMBio Iguape é responsável pela gestão da Área de Preservação Ambiental de Cananéia-Iguape-Peruíbe; Área de Relevante Interesse Ecológico Ilha do Ameixal; Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande; Estação Ecológica dos Tupiniquins e Reserva Extrativista do Mandira. 

É de extrema importância manter o acompanhamento contínuo e a implementação de ações conjuntas, fundamentais para alcançar os objetivos de manejo para a conservação da biodiversidade no litoral Centro-Sul de São Paulo e Paraná, de modo a controlar essa espécie no litoral brasileiro”, avalia o oceanógrafo e bolsista do ICMBio NGI Iguape Caio Tancredi Zmylowski. 

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