INTERNACIONAL

Em reunião do G7, Marina defende mais ação climática de países desenvolvidos e financiamento

30 de abril de 2024

Ministra participou de reunião ministerial de Clima, Energia e Meio Ambiente do grupo, em Turim, na Itália

mma

Foto de família da reunião ministerial de Clima, Energia e Meio Ambiente do G7. Foto: MMA

Foto de família da reunião ministerial de Clima, Energia e Meio Ambiente do G7. Foto: MMA

A ministra Marina Silva defendeu nesta segunda-feira (29/4) em Turim, na Itália, mais ações climáticas de países de G7, além de financiamento para a transformação energética de nações em desenvolvimento. Marina participou da reunião ministerial de Clima, Energia e Meio Ambiente do grupo, que reúne sete das nações mais industrializadas do mundo.

“A responsabilidade das grandes economias, representadas aqui no G7, vai muito além da redução das emissões em seus territórios. Além de diminuir as próprias emissões, devem ter papel determinante para a descarbonização, mobilizando recursos públicos e privados, nacionais e internacionais, que fortaleçam a capacidade dos países em desenvolvimento”, declarou a ministra durante o encontro.

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Sob presidência rotativa da Itália em 2024, o G7 é composto também por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Convidado para o encontro ministerial, o Brasil preside o G20 em 2024 e organizará a COP30, em 2025, na cidade de Belém (PA).

As economias avançadas, discursou Marina, já têm mecanismos de mercado que impulsionam a transição energética. Para a maioria dos países em desenvolvimento, no entanto, tais instrumentos “não existem ou estão completamente fragilizados”.

Marina demandou auxílio dos países do G7 ao G20 e às COPs 29 e 30 para assegurar financiamento e meios de implementação aos países em desenvolvimento. O objetivo é fortalecer a capacidade dessas nações de implementar metas climáticas ambiciosas de mitigação e adaptação.

A ministra listou três frentes em que o G7 pode apoiar:

  • Viabilizar a nova meta global de financiamento climático coletivo na COP29, em Baku, restabelecendo a confiança no regime multilateral de clima;
  • Fortalecer os bancos multilaterais com efetivo desembolso de recursos para as áreas de mitigação e adaptação, avançando no processo de reforma da governança global;
  • Elaborar até a COP30, Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) alinhadas com a decisão do Consenso dos Emirados de transição para o fim do uso de combustíveis fósseis, assim antecipando a meta de neutralização das emissões para bem antes de 2050.

“Ambição e meios de implementação são indissociáveis. Precisamos nos comprometer com NDCs ambiciosas e alinhadas com a Missão 1,5ºC, além dos meios de implementação para que se tornem realidade”, afirmou a ministra.

A Missão 1,5°C, é um esforço global criado em 2023 na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para limitar o aquecimento a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais. O consenso dos Emirados também criou uma troica para implementar a missão, composta pelas presidências da COP28, da COP29 e da COP30.

Integram ainda a delegação brasileira em Turim a secretária nacional de Mudança do Clima do MMA, Ana Toni, e o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), André Corrêa do Lago.

Ação coordenada

Segundo Marina, a ação coordenada entre G7, G20 e a Convenção do Clima da ONU é “fundamental para superar a crise provocada pela mudança do clima”. As mobilizações globais para o combate à mudança do clima e à pobreza são prioridades para o presidente Lula e para a presidência brasileira do G20.

O G20 é responsável por mais de 80% das emissões de gases de efeito estufa e concentra mais de 80% dos recursos financeiros. Já os países do G7 têm 10% da população global, mas respondem por um quarto das emissões do setor de energia.

“No Brasil, estamos enfrentando de forma decisiva nossa maior fonte de emissão: em um ano, reduzimos pela metade o desmatamento na Amazônia, evitando lançar na atmosfera cerca de 250 milhões de toneladas de CO2. No entanto, nossos esforços não servirão de nada se os grandes poluidores do mundo não reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa”, afirmou a ministra no G7.

Marina teve ainda nesta segunda-feira reuniões bilaterais com Amna al Shamsi, ministra de Mudança do Clima e Meio Ambiente dos Emirados Árabes Unidos; Wopke Hoestra, comissário da União Europeia para Ação Climática; Steffi Lemke, ministra de Meio Ambiente, Conservação Natural e Segurança Nuclear da Alemanha; Christophe Bechu, ministro de Transição Ecológica e Coesão Territorial da França; e Virginijus Sinkevičius, comissário da União Europeia para Meio Ambiente, Oceanos e Pesca.

No domingo, a ministra participou do Fórum Internacional sobre Biocombustíveis Sustentáveis, organizado pelo G7 e pela Agência Internacional de Energia. No encontro, destacou o compromisso do governo brasileiro com o uso de biocombustíveis sustentáveis para acelerar a transição energética. Também teve bilaterais com os ministros do Meio Ambiente da Itália, Gilberto Pichetto; do Japão, Shintaro Ito; do Canadá, Steven Guillbeault; e com Faith Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia.

Na semana passada, em Berlim, na Alemanha, Marina participou do Diálogo de Petersberg sobre Clima, reunião preparatória para as negociações climáticas. Durante o encontro, que integrou as atividades da troica do clima, a ministra defendeu que o mundo acelere sua transição energética para combater a emergência climática e promover o desenvolvimento sustentável.

Na Alemanha, Marina teve reuniões bilaterais com John Podesta, enviado especial da Presidência dos Estados Unidos para o Clima; Stéphane Sejourné, ministro das Relações Exteriores da França; e Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha. Encontrou-se também com o presidente da COP29, Mukhtar Babayev; com a ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera; com o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Simon Stiell; e com a ex-secretária-executiva da UNFCCC e ex-chanceler do México.