HÁ 35 ANOS
1 de abril de 20241989 – 2024
LUIZ SIMÕES LOPES – Criador do DASP e propositor da criação da FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS.
Em junho 1989, o jornalista Silvestre Gorgulho faz uma entrevista exclusiva com o professor Luiz Simões Lopes para a primeira edição da Folha do Meio Ambiente.
LUIZ SIMÕES LOPES – “…Todos os povos precisam dedicar atenção às suas reservas florestais. As florestas, nas suas múltiplas utilidades, têm posto de alto relevo na vida das nações, sob o ponto de vista econômico, sanitário e social”. “As matas estão cada dia fugindo mais das aglomerações humanas e muitos de vós terão recordação de matas das quais não existem nem vestígios hoje em dia… No Brasil, grande parte dos brasileiros não conhece sequer a árvore que deu nome à Pátria – o Pau Brasil.”
Mais atual, difícil. Mais oportuno, nunca. Quando vemos, hoje, a ONU e outras entidades propondo estratégias para se obter um desenvolvimento sustentável, recomendando maneiras e ajudando a definir noções comuns relativas a questões ambientais, não podemos imaginar que, neste mesmo Brasil, tão alvo de agressões do exterior, há 59 anos, precisamente em março de 1930, um brasileiro reformista, inconformado, empreendedor e sonhador já estava lutando pela nossa natureza.
É fantástico ver que, esse brasileiro, com 86 anos, despachando oito horas por dia em seu gabinete, ainda propõe soluções para o hoje e para o amanhã, com a mesma serenidade, lucidez e competência com que, em julho de 1938, por exemplo, promoveu o divisor de águas da administração pública brasileira com a criação do DASP, ou quando assinou a Exposição de Motivos ao Presidente da República, para a criação da Fundação Getúlio Vargas.
Luiz Simões Lopes, gaúcho, agrônomo formado em Belo Horizonte, um dos fundadores da FBCN – Fundação Brasileira para Conservação da Natureza, mentor e primeiro diretor geral do Serviço Florestal. Lançou revistas sobre cultura e educação, como a Revista Florestal, de onde foram tiradas as citações acima. Desde a década de 20, sinalizava, pela primeira vez no País, “que a Terra era frágil, dominada não pela ação e pela obra do homem, mas por um conjunto ordenado de nuvens, oceanos, vegetação e solos”. E a humanidade precisava agir conforme essa ordenação natural.
FOLHA DO MEIO
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