Saiba o que fazer em caso de acidente com escorpiões e como evitá-los
7 de abril de 2024Nos dois primeiros meses de 2024, o DF registrou 352 notificações de acidentes com o aracnídeo. Soro é disponibilizado na rede pública de saúde e a Vigilância Ambiental passa orientações importantes para a proteção da população
Desde o início de janeiro, 470 registros de aparecimento de escorpiões foram feitos no Distrito Federal. Os animais apareceram em maior quantidade em regiões como Planaltina, Taguatinga e Recanto das Emas, podendo surgir em qualquer cidade e demandando cuidados para evitar a picada desses animais peçonhentos, que têm a capacidade de injetar veneno por meio do ferrão.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), nos dois primeiros meses do ano foram 352 notificações de acidentes por escorpião na capital. As unidades de saúde de Brasília dispõem do soro antiescorpiônico, antídoto disponível apenas na rede pública.
Após encontrar seis escorpiões em seu apartamento no Guará, a servidora pública Wanessa Fonseca Machado, 38, acionou a Vigilância Ambiental. Dois agentes inspecionaram o condomínio e notaram que os animais poderiam estar entrando por meio de um espaço na tubulação de energia. A casa foi dedetizada e o buraco vedado, mas a família permanece em alerta.
Para Wanessa, a preocupação maior é com o filho de 3 anos. “Até ele já entende o perigo. Estamos sempre vigilantes e já sei qual o hospital mais próximo, porque, infelizmente, tem que pensar no pior e ser rápido”, ressaltou.
Medidas preventivas
Os escorpiões se alimentam principalmente de baratas, então, lugares que propiciam um bom habitat para esses insetos são atrativos para eles. Entre os cuidados para evitar o aparecimento de escorpiões em casa estão impedir o abrigo das baratas bem como o acesso ao interior da residência.
Outras medidas são importantes, como evitar acúmulo de umidade, checar toalhas, roupas e sapatos antes de utilizar, afastar as camas das paredes, usar telas nas janelas e vedação nas portas, deixar os eletrônicos bem encaixados nas tomadas para impedir o acesso dos animais pela tubulação, retirar entulhos como restos de materiais de construção do quintal e outros locais, além de manter a caixa de gordura limpa e bem tampada.
Uma dica também é dar preferência a inseticidas sólidos. “Os pulverizantes incomodam os escorpiões e acabam por desalojá-los do ambiente que estão escondidos, fazendo com que se espalhem pela casa”, explicou Israel Martins, biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da Secretaria de Saúde do DF. Ele reforçou que não existe um inseticida 100% eficaz contra os escorpiões, por isso as medidas preventivas são sempre indicadas.
No caso de ocorrer a picada, lave o local afetado na medida do possível e dirija-se imediatamente a uma unidade de saúde pública. É importante reforçar que apenas a rede pública de hospitais possui o soro antiescorpiônico
Fui picado e agora?
No caso de ocorrer a picada, lave o local afetado na medida do possível e dirija-se imediatamente a uma unidade de saúde pública. É importante reforçar que apenas a rede pública de hospitais possui o soro antiescorpiônico.
Ao chegar, o paciente será examinado antes de ser medicado, pois em alguns casos o soro não é necessário. Segundo a Secretaria de Saúde, 80% dos casos no DF são leves, variando o quadro de acordo com a quantidade de veneno injetada e o peso da vítima. Crianças e idosos são mais vulneráveis nessas situações.
Telefones úteis
Ao encontrar escorpiões em casa, é recomendado acionar a Vigilância Ambiental pelo telefone 160, para que os agentes identifiquem de onde vem os animais e façam a captura dos encontrados. O extermínio dos escorpiões, ao serem avistados, deve ser feito da forma mais segura possível.
Para saber qual é a unidade mais próxima que contém o soro antiescorpiônico, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) é referência no DF para casos de intoxicação. Funciona 24h e fornece o primeiro atendimento em casos de picada por animais peçonhentos. O serviço está disponível pelos seguintes telefones: 0800 644 6774 / 0800 722 6001 / (61) 99288-9358.