COMBATE À DESERTIFICAÇÃO

Construção do Plano de Combate à Desertificação avança no Nordeste

29 de maio de 2024

Reunião encerrou seminários estaduais, que serão seguidos por discussões regionais

MMA

Seminário em Crato, no Ceará, para construção do Plano de Combate à Desertificação. Foto: Miguel Cela

Seminário em Crato, no Ceará, para construção do Plano de Combate à Desertificação. Foto: Miguel Cela

O MMA realizou em 20 e 21 de maio seminário em Crato, no Ceará (CE), para construção do Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. A reunião, que colheu contribuições da sociedade civil para a elaboração do plano, encerrou ciclo de seminários estaduais iniciado em março.

O evento reuniu representantes da academia, de movimentos e organizações sociais, da iniciativa privada e dos governos federal, estadual e de municípios. A abertura teve participação do prefeito José Ailton de Sousa Brasil e da secretária nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais do MMA, Edel Moraes.

“Este território, o Cariri cearense, tem sido palco de vivência, de experiência, de ciência, de resistência. Vocês têm mostrado que tecnologias sociais de povos e comunidades tradicionais, como o programa Cisternas, podem se transformar em política pública”, discursou a secretária, destacando a catástrofe climática que atinge o Rio Grande do Sul e a importância do debate sobre mudanças climáticas no território.

O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Alexandre Pires; a secretária de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro; o presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio, e lideranças sociais também participaram da abertura.

Os seminários estaduais serão seguidos por discussões nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. O objetivo dos debates é subsidiar a construção do Plano de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca.

O documento irá propor e planejar ações estratégicas de curto, médio e longo prazos para combater a desertificação, mitigar os efeitos da seca e prevenir e reverter os quadros de degradação da terra.

A conclusão do plano está prevista para setembro. O documento será apresentado na Conferência das Partes (COP16) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, em dezembro, na cidade de Riad, na Arábia Saudita.

Histórico

Em 2004, o Governo Federal lançou o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, marco fundamental para orientar políticas públicas. O plano teve papel essencial na criação dos Planos de Ação Estaduais (PAEs) e na formulação de políticas nos estados do semiárido. Apenas Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia não têm políticas estaduais de combate à desertificação criadas.

Em 2015, foi instituída a Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca com a criação da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNDC). Interrompida em 2016, a comissão foi retomada em 2024 por meio do Decreto nº 11.932.

Duas décadas após a construção do primeiro plano, o MMA iniciou em 2023 sua atualização, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).