natureza

Projeto busca desmistificar a vilania de morcegos

2 de maio de 2024

Pesquisador destaca a importância do animal e esclarece mitos sobre sua relação com doenças

ICMBio

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Natalus macrourus na caverna Boa, em Felipe Guerra (RN) – Foto: Juan Carlos Vargas

Os morcegos sempre foram vistos como vilões, muitas vezes relacionados à doença infecciosa viral aguda, popularmente conhecida como raiva, que afeta mamíferos e, em caso de mordida e contato por meio da saliva, pode afetar humanos também. Desde o início da Covid-19, eles voltaram ao centro de discussões sobre a origem do vírus e as possíveis doenças que transmitem. 

Para desmitificar a vilania dos morcegos, o pesquisador do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco, Enrico Bernard, vem desenvolvendo trabalhos de conscientização sobre a importância do manejo e conservação desses animais. Ele esclarece que apenas três, de centenas de espécies, se alimentam de sangue. A pesquisa também aponta que os benefícios proporcionados pelos morcegos superam em muito os eventuais prejuízos trazidos por um número reduzido de morcegos doentes.

Os morcegos prestam importantes serviços de polinização, dispersão de sementes e controle de populações de insetos, incluindo várias pragas agrícolas.

Diante das descobertas, o pesquisador ministrou a “Oficina de Boas Práticas no Manejo de Morcegos”, que teve como público-alvo agentes de controle agropecuário e agentes de saúde. A atividade é uma das ações previstas no Plano de Ação Nacional para Conservação de Cavernas (PAN Cavernas do Brasil), que visa reduzir e mitigar os impactos e danos antrópicos sobre as cavernas brasileiras e espécies associadas em cinco anos. Na oficina, os participantes puderam aprender sobre as espécies de morcegos e medidas de controle antirrábico.

Segundo o analista ambiental do Núcleo de Gestão Integrada de Mambaí (ICMBio/Mambaí), Raoni Merisse, poucas pessoas têm conhecimento de que a transmissão de raiva pelo ataque de morcego é um evento raro, passível de prevenção e monitoramento, e que o abate dos morcegos só deve acontecer em último caso, além de ser um recurso que precisa ser devidamente orientado por profissionais, sob consequência de agravar o risco de ataques e transmissão da doença, ao invés de reduzi-lo.

A próxima edição da “Oficina de Boas Práticas no Manejo de Morcegos” acontecerá em outubro na Bahia.

 

Foto: Acervo Cecav

Para mais informações, acesse: salve.icmbio.gov.br

 

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