Folha do Meio Ambiente

Um encontro com apresentações culturais e exposição de produtos típicos da região marcou as comemorações dos 10 anos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, no município de Montezuma (MG). 

A confraternização reuniu no dia 8 de junho, na comunidade de Roça do Mato, um público formado por servidores e membros do conselho da unidade de conservação, moradores da reserva e dos arredores e representantes de instituições parcerias, como o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), Instituto Estadual de Florestas (IEF/MG), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Pardo de Minas e do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA/UNIMONTES). 

Os convidados participaram de missa campal aos pés do “Pequizeirão”, um dos símbolos de resistência contra o avanço do desmatamento do Cerrado na região. Em seguida, o público acompanhou a apresentação da peça “O Cerrado é nosso lar”, encenada por crianças da comunidade geraizeira de Água Boa 2. A peça conta a história da resistência das comunidades geraizeiras contra a devastação ambiental em seus territórios, e é resultado da pesquisa de doutorado em Performances Culturais (UFG), de um parceiro da RDSNG, Jonielson Ribeiro.

Foto: Divulgação

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Mauro Pires participou do encontro, acompanhado do Gerente Regional do Sudeste, Breno Herrera e pelo Coordenador Regional de Lagoa Santa, Frederico Drumond, além da servidora da CR Lagoa Santa, Alline Mayumi, a gestora da unidade, Nathália Alves de Sousa e de toda a equipe da RDS Nascentes Gerazeiras. Mauro Pires fez um agradecimento aos representantes das comunidades pela luta incansável para a criação da reserva e destacou que a unidade pode se tornar o centro do desenvolvimento socioambiental da região.

O momento festivo foi marcado por apresentações culturais típicas da região, como a Cantiga de Roda, Folia de Reis e Catira. Uma exposição de produtos típicos do território, fogueira, comidas juninas e bolo de aniversário fizeram parte da festa, que terminou com muito forró.

“É uma emoção muito forte, muito profunda, porque é voltar no tempo, rever uma memória de toda a luta vivida pelas comunidades por um objetivo. Sabemos que a luta não para por aí, a luta continua”, destaca a “geraizeira” e servidora da unidade, Neusita Agostinho.   

Data 

Apesar do decreto de criação da unidade ser de outubro de 2014, o aniversário é próximo ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Foi em 4 de junho de 2014 que um grupo de 16 pessoas promoveu uma greve de sede e fome na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para pressionar pela criação da unidade, cujo processo se arrastava por mais de uma década. Assim, o conselho da Unidade deliberou que as celebrações deveriam ser próximas à data do aniversário da greve, para relembrar sempre desse ato extremo e que foi essencial para a criação da unidade.