FOLHA DO MEIO

35 Anos

1 de julho de 2024

Junho de 1989 – Julho de 2024

 

Fernando Collor de Mello foi eleito presidente da República em 1989 e tomou posse em 15 de março de 1990. Em entrevista à Folha do Meio, a presidente da FUNATURA, Maria Tereza Jorge Pádua, sugere ao presidente eleito a criação do Ministério do Meio Ambiente.

A criação do Ministério do Meio Ambiente, uma antiga reivindicação dos ecologistas do País, não está longe de ser alcançada. Mesmo considerando essa instituição imprescindível para a conservação da flora e fauna, a presidente da Funatura, Maria Tereza Jorge Pádua, diz que a política brasileira, em termos de preservação do meio ambiente, está muito atrasada e sem dúvida devem passar ainda umas duas décadas até uma mudança de mentalidade.

Maria Tereza lembra que o Brasil detém a maior parcela de mata tropical do mundo, cerca de 30%, assim como a maior biodiversidade de espécies de flora e fauna, bacia hidrográfica e zona úmida. Mas, ao mesmo tempo, o País sofre uma degradação ambiental sem limites.

Para brecar este processo seria necessário um fortalecimento institucional expressivo. Tereza encara a criação do Ibama como um passo em direção ao surgimento do Ministério do Meio Ambiente, “mas ainda temos que caminhar muito até chegarmos a isto, porque em muitos aspectos o Brasil está aquém da história ecológica do mundo”.

Ela diz que o Ibama tem autonomia e seu surgimento foi responsável por uma mudança de mentalidade, uma vez que incorporou a Sudepe, Sudhevea e IBDF.

 

TRIBUTO À MARIA TEREZA JORGE PÁDUA

 

Maria Tereza Jorge Pádua e o físico José Goldemberg, então

presidente do Ibama.

 

Ao longo de sua vida profissional, Maria Tereza Jorge Pádua teve papel fundamental na criação de mais de 15 parques nacionais e Unidades de Conservação, áreas designadas pelo governo como locais de proteção da fauna e flora e preservação da biodiversidade brasileira. Entre os mais de 9 milhões de hectares protegidos estão, por exemplo, a Chapada Diamantina, a ilha de Fernando de Noronha, o Pico da Neblina e a Serra da Capivara.

A agrônoma e conservacionista paulista Maria Tereza Jorge Pádua recebeu um importantíssimo reconhecimento internacional pelas mais de cinco décadas de trabalho dedicado à preservação da natureza no Brasil.

A paixão pelo meio ambiente Maria Tereza herdou do pai, através dos livros dados por ele e as noites ao ar livre no sítio da família, situado em uma área de Mata Atlântica. Aos 23 anos, formou-se em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais (eram apenas duas mulheres na turma e quatro na universidade toda). “Éramos chamados de loucos e poetas”,

Maria Tereza começou a trabalhar em 1968 para o antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).

 

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