Brasília

Época de seca traz aumento nos ataques de abelhas. Saiba como evitar acidentes

13 de julho de 2024

Corpo de Bombeiros deve ser acionado para retirada dos insetos; em caso de picada, é essencial monitorar os sintomas e procurar a rede pública de saúde do DF

Por Ana Paula Siqueira, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira

Durante a época de seca, os incidentes com abelhas costumam aumentar, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) – em parte, porque é o período da divisão dos enxames que migram em busca de um lar para a nova rainha. As queimadas, porém, obrigam esses e outros animais a fazerem a migração forçada para se salvar do fogo. Desde 2018, foram registradas 44.103 ocorrências de averiguações para captura de insetos e outras 15.916 de capturas, de acordo com o CBMDF. Para evitar agravamento dos casos, é importante tomar alguns cuidados.

Em cerca de duas semanas, foram relatados pelo menos dois episódios no DF. No mais recente, no início deste mês, uma família só conseguiu sair de casa quando os agentes do CBMDF chegaram e dispersaram os insetos, que atacaram quatro cães que estavam do lado de fora da casa.

Em cerca de duas semanas, foram relatados pelo menos dois episódios de ataques no DF | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Antes, em 21 de junho, abelhas de uma colmeia que estava em uma palmeira no Parque Estação Biológica, na Asa Norte, atacaram quatro pessoas. O CBMDF acionou um apicultor para fazer a captura do enxame e dispersou com fumaça as abelhas que não puderam ser recolhidas. Ninguém precisou ser encaminhado para o hospital.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os ataques também podem acontecer quando as colmeias estão com muito mel, o que atrai outros insetos, como formigas, e deixam as abelhas extremamente agressivas. Se isso ocorrer durante o processo migratório, as pessoas devem procurar um local fechado para se abrigarem e evitar fazer movimentos bruscos ou se abanar com roupas.

As pessoas também não devem matar as abelhas. Ao serem mortas, elas liberam feromônios que fazem com que outras abelhas também ataquem. Se isso acontecer quando a colmeia estiver com muito alimento, é importante se afastar. Em geral, as abelhas que protegem a colmeia não se distanciam muito do local.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os ataques também podem acontecer quando as colmeias estão com muito mel | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O oficial de Informação Pública do CBMDF, Tenente Palomino, ressalta que ao se deparar com abelhas é importante isolar o local, afastar-se e não permitir que crianças e animais se aproximem. Em caso de ataque, é importante deixar o local imediatamente.

“Quando estiver em local seguro, é importante retirar os ferrões. Não é aconselhado tirar com a ponta dos dedos, para não inocular ainda mais a toxina que está na bolsa dos ferrões. [O procedimento] deve ser feito raspando com cuidado com um cartão de crédito ou uma lâmina não afiada, por exemplo. Depois disso, deve-se lavar e colocar gelo. Se a pessoa ficar tonta ou sentir falta de ar, deve procurar imediatamente assistência médica”, explica.

Em qualquer dos casos, a orientação do Corpo de Bombeiros é sempre solicitar o auxílio da corporação e nunca tentar exterminar o enxame. A quantidade de abelhas dentro da colmeia é cerca de dez vezes maior do que as que estão do lado de fora. Quando não houver danos às pessoas ou animais, a recomendação da corporação é chamar um apicultor para fazer a retirada do enxame.

Para acionar os bombeiros, basta ligar 193, mobilizando o quartel mais próximo do local da ocorrência. Após a retirada, a corporação entra em contato com apicultores para que os animais sejam encaminhados a um apiário. Os enxames são exterminados apenas em casos em que há risco iminente e a captura é inviável.