Folha do Meio Ambiente

Todo início de temporada reprodutiva traz uma expectativa emocionante para as equipes, que aguardam ansiosamente pelas tartarugas que buscam nossas praias para desovar e completar mais um ciclo de vida. Entre setembro e março, o monitoramento é diário, faça sol ou chuva, nas praias do litoral norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. De dezembro a junho, as atividades se expandem para as ilhas de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e Trindade, no Espírito Santo.

Além da alegria de ver as novas gerações de tartarugas indo ao mar, esta temporada estamos celebrando a impressionante marca de 50 milhões de filhotes de tartarugas protegidas ao longo das mais de quatro décadas de trabalho do Projeto Tamar. Durante esse período, realizamos diversas atividades de educação e sensibilização ambiental, como as populares caminhadas de filhotes ao mar, que encantam milhares de pessoas anualmente, seja nas praias ou nos museus a céu aberto do Projeto Tamar.

Das sete espécies de tartarugas marinhas no mundo, cinco podem ser encontradas no Brasil: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-verde (Chelonia mydas). Apesar dos excelentes resultados na proteção destes animais, quatro dessas cinco ainda estão ameaçadas de extinção e todas dependem de ações de conservação, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do Brasil.

As ameaças se transformaram com o tempo e ainda são muitas: luzes artificiais nas praias, interação com atividades de pesca, poluição marinha, entre outras. Na conservação é importante o trabalhar com um esforço coletivo, para que proteção efetiva desses animais incríveis seja alcançada.

Nas áreas monitoradas pela Fundação Projeto Tamar no Brasil, protegemos cerca de 26 mil ninhos na temporada 2023/2024. No litoral norte da Bahia e em Sergipe, concentram-se praticamente 2/3 de todas as desovas do país, áreas essenciais para a reprodução de 4 das 5 espécies de tartarugas marinhas, predominando as tartarugas-oliva, cabeçuda e de-pente. Os ninhos das tartarugas-verdes ocorrem principalmente nas ilhas oceânicas, onde tivemos cerca de 1.500 registros. Já os ninhos das tartarugas-de-couro são todos do Espírito Santo.

Como Você Pode Ajudar

Todos podem contribuir para a conservação desses animais. Veja como é fácil!

– Mantenha as praias escuras: As tartarugas utilizam as praias à noite e nós durante o dia. Os filhotes, ao nascerem, se guiam pela luminosidade no horizonte para chegar ao mar. Portanto, evitar luzes artificiais ou utilizar luzes adequadas (de baixa intensidade e na cor âmbar) é crucial para evitar a desorientação dos filhotes.

– Ao visitar uma das praias de desova, fique atento: se encontrar uma estaca com numeração, significa que ali há um ninho sendo protegido pelo Projeto Tamar. É vital manter a estaca no local para que os pesquisadores não percam informações importantes.

– Mantenha as praias limpas: Remova objetos como cadeiras e sombreiros, que podem se tornar obstáculos para as tartarugas desovarem ou retornarem ao mar.

– Ajude a proteger e recuperar a restinga: A vegetação nativa das praias é essencial para o equilíbrio do ecossistema e a proteção das tartarugas marinhas.

Acompanhe e Participe!

Para ficar por dentro de todas as novidades e saber mais sobre como ajudar, acompanhe a Fundação Projeto Tamar nas redes sociais: @projeto_tamar_oficial.

Junte-se a nós nesta missão de conservar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil!