Parque Nacional

Regularização fundiária avança no Parque Nacional da Serra da Canastra

19 de agosto de 2024

Apenas este ano, 3757 hectares na UC foram objeto de regularização, mediante desapropriações amigáveis e compensação de reserva legal

Comunicação ICMBio

Área regularizada do Parque Nacional da Serra da Canastra – Foto: Moroyner da Costa Barbosa

O Instituto Chico Mendes realizou a regularização fundiária de 3.757 hectares de terras no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, em 2024. As áreas que passaram do domínio privado ao público referem-se às desapropriações amigáveis de dois imóveis com áreas de mais de mil hectares no interior da Unidade de Conservação, com recursos da compensação ambiental, e outras áreas doadas ao ICMBio na modalidade de compensação de reservas legais.   

“A compensação de reserva legal é um importante instrumento para a regularização fundiária da UC e compõe a maior parte desses processos, permitindo a aquisição de imóveis sem custos para a União”, conta a servidora do Parque Nacional Paola Ribeiro, que está à frente da regularização fundiária na UC. 

A regularização fundiária é essencial para garantir a proteção da unidade de conservação, que preserva uma área significativa do bioma Cerrado e várias nascentes importantes das bacias dos rios São Francisco, Araguari e Grande. 

O Parque Nacional da Serra da Canastra abriga várias espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, como o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), a águia-cinzenta (Buteogallus coronatus), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o gato-palheiro (Leopardus colocola). Os campos rupestres também abrigam espécies vegetais únicas e pouco conhecidas, sendo um amplo campo de pesquisa, com espécies novas descritas recentemente. 

A UC possui paisagens icônicas do Cerrado mineiro, como a cachoeira Casca D’Anta, a maior queda d’água do Rio São Francisco, com 186 metros de altura, localizada no distrito de São José do Barreiro, município de São Roque de Minas/MG, que é um dos principais atrativos e pode ser acessada pela portaria 4 do Parque Nacional.  

A região da Serra da Canastra também é conhecida nacionalmente pelo Queijo Canastra, produzido nas imediações do Parque Nacional. O modo de preparo do Queijo Canastra constitui Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o produto conta com selo de indicação geográfica pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 

O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em abril de 1972, com área de 197.971,96 ha. Ainda na década de 70, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) promoveu a desapropriação de uma área de 71.525 hectares, que até 2010 era a única parte regularizada do Parque. 

A partir de 2010 o Instituto Chico Mendes retomou a regularização fundiária no Parque Nacional, com aquisição de imóveis por meio de compensação de reserva legal e desapropriação amigável. Atualmente, a área regularizada da unidade de conservação é de 97.662 hectares, que correspondem a 49% de sua área total.  

Para mais informações sobre a compensação de reserva legal, clique aqui. 

Cachoeira Casca d’Anta – Foto: Paola RibeiroFoto: Paola Ribeiro