Estudantes da rede pública celebram 100 anos de Fernando Sabino em mostra de cinema
11 de outubro de 2024Alunos puderam aproveitar a programação com filmes e rodas de leitura na abertura realizada no Cine Brasília
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) celebra o centenário de nascimento de um dos mais importantes autores nacionais com visitas dos alunos da rede pública de ensino do DF à Mostra de Cinema 100 anos de Fernando Sabino. Nesta quinta (10), ocorreu a abertura oficial da mostra, realizada no Cine Brasília. Até a próxima quarta (16), o Sesc de Ceilândia e de Taguatinga Norte também exibirão longas e curtas-metragens inspirados na obra do autor.
A previsão é que centenas de alunos participem do evento durante os três dias de mostra, que contam com três sessões por dia. O Cine Brasília dispõe de 600 lugares para cada sessão, enquanto o Sesc de Ceilândia tem 450 lugares e o Sesc de Taguatinga Norte possui 200 lugares. O evento é gratuito e também está aberto para o público geral.
A secretária de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, esteve presente na abertura do evento, ao lado de Bernardo Sabino, filho de Fernando Sabino, e do diretor da TV e Rádio Legislativa, da Câmara Legislativa do DF, Saulo Santos Diniz, que também é sobrinho do escritor.
“Quem quiser crescer e se tornar um profissional de excelência tem que ler. A leitura é importante. Nunca parem de ler. Entrem na obra de Fernando Sabino, grande escritor brasileiro, que levou muita leveza à literatura brasileira contemporânea”, incentivou a secretária.
Cinema e literatura
Idealizadora do projeto, a curadora e produtora cultural Cláudia Queiróz comentou a relevância da mostra: “A obra de Sabino tem importância também para o cinema, pela capacidade de se transformar em narrativas envolventes e de grande apelo popular”.
A celebração do centenário foi oficialmente reconhecida pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que sancionou a Lei nº 14.794 que institui o ano de 2024 como o Ano Nacional Fernando Sabino. A deputada federal Bia Kicis, autora do projeto de lei, também prestigiou a abertura da mostra.
“A secretária Hélvia sempre apoia essas iniciativas e quer fazer o melhor para os estudantes do DF, e Fernando Sabino é um dos maiores cronistas do nosso país”, disse a deputada. “Ele escrevia muito, não só para adultos, mas para jovens e crianças”, completou a parlamentar.
Aprender com arte
A professora de língua portuguesa e literatura do centro educacional (CED) 04 de Taguatinga, Beatriz Soares, comentou sobre o evento. “Esse projeto apareceu como o casamento perfeito da disciplina que estou ofertando, que se chama A Vida é uma arte sem fim, e trabalha com conto, crônica e poesia. Trabalhei exatamente com o Fernando Sabino, com a apresentação de curtas-metragens”, celebrou.
Para ela, a mostra foi também a oportunidade de os estudantes conhecerem o Cine Brasília, a maior sala de cinema da cidade. “É uma oportunidade para eles terem esse contato com a literatura, que é uma abertura para novos mundos. O aluno que lê tem uma performance muito melhor, sabe argumentar e consegue estabelecer diálogo com as pessoas”, comentou a professora.
A aluna Rafaella Alves, 16 anos, gostou do projeto, e disse que é uma ávida consumidora de livros. “Fui introduzida à literatura desde pequena, principalmente pela minha mãe, que é jornalista. É muito importante a literatura, ainda mais no ensino médio. Ela ajuda a aumentar o nosso conhecimento, pois amplia a visão de mundo”, comentou.
Programação
Na abertura, foram apresentados os filmes Dona Custódia, de 2010, e Veredas De Minas – João Guimarães Rosa, produzido pelo próprio Fernando Sabino, em 1975. O documentário conta com depoimentos sobre o criador de Grande Sertão – Veredas que falam sobre o romancista e o sertão, de onde recolheu o material para sua obra prima.
A programação inclui ainda uma série de documentários em curta-metragem dirigidos pelo próprio Sabino, em parceria com o cineasta David Neves, que mergulham no cotidiano de grandes escritores brasileiros como Mário de Andrade, Jorge Amado, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade.
Para além do audiovisual, a mostra promove atividades educativas que têm como foco a leitura das crônicas levadas às telas, feitas antes da sessão do curta correspondente, por artistas, cineastas e educadores da cidade. Confira a programação aqui.
*Com informações da Secretaria de Educação