COP16

Na Colômbia, Marina destaca necessidade de ações rápidas para proteção da biodiversidade

31 de outubro de 2024

Ministra discursou no segmento de alto nível da COP16 da Biodiversidade, principal fórum internacional de negociações sobre o tema

Assessoria de Comunicação do MMA

Ministras Marina Silva e Sonia Guajajara (MPI) e o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, participam da COP16 da Biodiversidade. Foto: MMA

Ministras Marina Silva e Sonia Guajajara (MPI) e o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, participam da COP16 da Biodiversidade. Foto: MMA

A ministra Marina Silva defendeu nesta terça-feira (29/10) avanços rápidos na implementação de medidas para a conservação e uso sustentável da biodiversidade. A ministra representou o Brasil no segmento de alto nível da COP16 da Biodiversidade, em Cali, na Colômbia, o principal fórum internacional de negociações sobre o tema.

A ministra afirmou que os resultados da conferência de dez dias, que termina na sexta-feira (1º/11), devem avançar na regulamentação de partes do Marco Global de Kunming-Montreal, documento que definiu em 23 metas para 2030 e 4 objetivos de longo prazo para 2050. Entre outros objetivos, a acordo firmado em 2022, na COP15, busca reverter a perda de biodiversidade e promover o seu uso sustentável e a restauração ecológica.

“Em Cali, precisamos definir os parâmetros adequados que nos permitam avançar de maneira célere na implementação dos objetivos pactuados na COP15”, discursou a ministra, ao lado da ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas), do secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, e da secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio.

Marina afirmou que o Brasil usou a presidência do G20 para ampliar e promover ações climáticas e urgentes de conservação e uso sustentável da natureza. Entre elas, a criação de uma inédita Iniciativa de Bioeconomia, que adotou 10 princípios de alto nível relacionados ao tema.

Outra inovação da liderança brasileira do G20, afirmou a ministra, foi a Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima, que anunciou na última quinta-feira (24/10) instrumentos e medidas para acelerar e ampliar os fluxos financeiros voltados à implementação de ações climáticas. A Força-Tarefa também concordou com medidas para incentivar a transformação ecológica e reforçar o papel de bancos multilaterais no combate à mudança do clima.

Marina também destacou o mecanismo Florestas Tropicais para Sempre, proposta apresentada pelo Brasil em 2023 para remunerar países em desenvolvimento que conservam suas florestas tropicais. Na segunda-feira (28/10), a iniciativa recebeu apoio de cinco países: Alemanha, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Noruega.

“Propusemos o mecanismo Florestas Tropicais para Sempre, que visa gerar um fluxo de apoio financeiro permanente aos países tropicais que conservam suas florestas, em benefício de toda a humanidade”, disse a ministra.

Outras iniciativas que ajudarão a garantir a implementação das metas de Kunming-Montreal, discursou a ministra, incluem o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado na segunda, que cria estratégias, instrumentos e arranjos para cumprir da meta de recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa no país até 2030. A nova fase do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que irá promover a inclusão socioeconômica das comunidades locais, também foi mencionada.

Marina também defendeu maior participação dos povos indígenas, afrodescendentes e comunidades tradicionais na COP da Biodiversidade, em especial nas decisões relacionadas ao reconhecimento e à repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso do patrimônio genético, incluindo direitos decorrentes do acesso às informações de sequências digitais.

“Os povos indígenas e as comunidades tradicionais, que incluem os coletivos de povos afrodescendentes, são os verdadeiros guardiões dos nossos ecossistemas. Por isso, merecem participação mais efetiva na Convenção”, disse a ministra.