Folha do Meio Ambiente

Belo Horizonte (05/11/2024) – Foi lançado, na última quinta-feira (31/10), um guia de gestão de conflitos com carnívoros silvestres, cuja produção contou com servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O material informativo foi apresentado em seminário sobre Educação Ambiental com foco no tema do guia, realizado na Superintendência do Instituto em Belo Horizonte.

O objetivo da discussão proposta no guia é planejar e executar ações para prevenir e mitigar conflitos com carnívoros silvestres em Minas Gerais, reduzindo os impactos negativos dessa interação para pessoas e animais. Para isso, foram elaborados e aprimorados protocolos de atendimento à distância e presencial para conflitos. Alguns dos temas abordados no seminário foram: Conflitos com carnívoros – passado, presente e futuro; Conflitos com cães domésticos em áreas naturais; Gestão de conflitos com animais silvestres; Ecologia e importância dos carnívoros; e Protocolo para atendimento presencial ou a distância das situações de conflitos em MG, entre outros.

A obra foi produzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Na ocasião de lançamento do guia, participaram a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Do Ibama, participaram os analistas ambientais Junio Silva e Daniel Vilela, com este último tendo contribuído também na produção do guia.

Além do guia “Gestão de conflitos com carnívoros silvestres“, também foi produzido um minidocumentário sobre o assunto, que pode ser visto no canal do Ibama no YouTube.

Biodiversidade

O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, representando mais de 20% do total de espécies da Terra, sendo a principal nação entre os 17 países megadiversos. Em relação aos mamíferos, o país abriga a maior diversidade do mundo, com 701 espécies distribuídas em 12 ordens, 50 famílias e 243 gêneros.

Por estarem no topo da cadeia alimentar, os carnívoros desempenham papéis ecológicos fundamentais, como: 1) regulação da população de suas presas, influenciando a dinâmica do ambiente e prevenindo desequilíbrios ecológicos; 2) controle de pragas que podem afetar a produção agrícola e serem vetores de doenças para animais domésticos e humanos, como roedores; e 3) dispersão de sementes e regeneração florestal, no caso de carnívoros não estritos como os canídeos silvestres (lobos, raposas, etc).

Extinção

Apesar de sua importância ecológica, muitos carnívoros estão ameaçados de extinção devido à perda e fragmentação de habitat, à urbanização acelerada, à expansão agrícola e ao aumento da malha rodoviária, resultando em atropelamentos e isolamento. Esses impactos dificultam a avaliação precisa, mas aumentam a frequência de conflitos envolvendo carnívoros, como predação de espécies domésticas, atropelamentos, avistamentos, mortes por armas de fogo e envenenamento devido ao medo e à intolerância humana, além de doenças transmitidas por animais domésticos.