PLANETA TERRA OU UM PÁLIDO PONTO AZUL
1 de novembro de 2024“Retrato de família”: 34 anos do ‘Pálido Ponto Azul’ – a icônica foto da NASA que mudou a forma como vemos a Terra.
Lá se vão mais de 34 anos. Eis uma foto e um fato que deveriam ser mais conhecidos, mais estudados e muito mais compartilhados entre os 8 bilhões de seres humanos que habitam o Planeta Terra. A foto mostrou o Planeta Terra menor do que um pixel, no meio de um raio solar, captado pela lente da sonda Voyager 1, antes de se perder no espaço. E o fato está na reflexão feita pelo escritor Carl Sagan no seu livro denominada Retrato de Família – “Pálido Ponto Azul” – em inglês “Pale Blue Dot”. Vamos aos fatos e à foto.
A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul onde vivem, hoje, mais de 8 bilhões de seres humanos.
Foi nesse universo que, em 14 de fevereiro de 1990, a sonda espacial Voyager 1, que tinha completado sua missão principal e já estava deixando o Sistema Solar conseguiu a foto icônica. Foi a pedido do escritor e astrônomo Carl Sagan que a NASA deu um comando histórico.
Por controle do Centro Espacial, nos Estados Unidos, a Voyager 1 recebeu comandos para virar sua câmera e, antes que desaparecesse da imensidão do universo, tirasse todas as fotografias possíveis. Foi o último contato.
A uma distância de 6 BILHÕES de quilômetros da Terra, a Voyager 1 cumpriu uma missão divina: colocou os humanos no seu devido lugar. Por quê?
Sim, porque mostrou o Planeta Terra menor do que UM PIXEL, no meio de um raio solar captado pela lente da sonda antes de se perder no espaço.
A FOTO E O FATO – Preste bem atenção na seta. Ela mostra o Planeta Terra no espaço sideral. Um pixel na imensidão azul. A icônica foto da NASA mudou a forma como os humanos veem a Terra. E o fato está na reflexão feita pelo escritor Carl Sagan no seu livro denominada Retrato de Família – “Pálido Ponto Azul”. É incrível pensar que nesse pixel vivem agora 8 bilhões de pessoas e trilhões de outros seres vivos. E extraordinário, por esse pontinho de luz já se passaram muitas dinastias de reis, rainhas, imperadores e ditadores. Muitas nações foram divididas e anexadas. Muitas guerras, bombas atômicas e tragédias foram e ainda são produzidas pelos seus próprios habitantes, os humanos. Em nome de quê? Em nome de religiões, de ideologias, de ganância, de demarcação de fronteiras, de ouro e de prata. É absurdamente surreal.
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Dizer que o livro é fascinante, empolgante ou arrebatador é pouco. O livro é, simplesmente, um misto de revolta e perplexidade. E a foto nos leva a uma divagação ou prestação de contas ou mesmo a uma autorreflexão: por este pixel, por esse pontinho de luz que é o Planeta Terra já se passaram muitas dinastias de reis, rainhas e imperadores. Muitas nações foram divididas e anexadas. Muitas guerras, bombas atômicas e tragédias produzidas pelos seus próprios habitantes, os humanos, se repetiram. Houve destruições, mortes e mais mortes em nome de quê? Em nome de religiões, de ideologias, de ganância, de demarcação de fronteiras, de ouro e de prata.
Ao ver a insignificância da Terra, qual seria a insignificância de quem a habita? Será que este grão de areia é tão forte assim que não pode ser destruído até pelos seus próprios habitantes?
AS FOTOS DA VOYAGER 1
As 60 fotos que a Voyager 1 enviou de volta ao Centro Espacial da NASA mostram o Sol e seis dos principais planetas — Vênus, Terra, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Mercúrio e Marte, além de Plutão, não aparecem por várias razões. O Planeta Vermelho, por exemplo, não podia ser distinguido em meio aos raios de sol que refletiam dentro do sistema óptico da câmera.
O britânico Garry Hunt, que fez parte da equipe de imagens da Voyager, diz que a foto é mais relevante hoje do que nunca.
“Toda vez que dou uma palestra sobre clima e questiono o que alguém está fazendo agora em prol de uma mudança, mostro esta imagem, porque fica claro que a Terra é um pontinho isolado. Esse pequeno ponto azul é o único lugar em que podemos viver, e estamos estragando isso”, disse ele ao programa Today, da BBC Radio 4.
Carolyn Porco fez uma nova versão da foto icônica com a sonda Cassini em 2013, ao direcionar sua câmera para a Terra e registrar novamente o pálido ponto azul com os anéis de Saturno em primeiro plano.
TERRA E LUA – Em 19 de julho de 2013, a sonda espacial Cassini da NASA capturou imagens da Terra e da Lua vistas da órbita ao redor de Saturno, a 900 milhões de milhas de distância. Aqui está uma composição colorida feita de três dessas imagens adquiridas em filtros vermelho, verde e azul. (Foto: Nasa JPL Jason Major)