Folha do Meio Ambiente

A Operação Trinca Ferro, que ocorreu na última semana no Acre, é continuidade das atividades iniciadas em março, voltadas ao embargo de áreas desmatadas dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. A primeira etapa, chamada de Operação Irerê, ocorreu no começo do ano de forma remota, embargando áreas desmatadas identificadas por imagens de satélite, pelo sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).  

Nessa nova fase, a operação foi realizada de forma presencial por equipes de fiscais ambientais de outras regiões do Brasil, sob a coordenação da Gerência Regional Norte do ICMBio (GR1). O foco da Operação Trinca Ferro é a realização de averiguação in loco para autuar os responsáveis de ilícitos ambientais e embargar novas áreas que forem identificadas em campo.  

A fiscalização aconteceu nas modalidades aérea e terrestre, a fim de alcançar as áreas mais remotas dentro da unidade. Além dos servidores da fiscalização do Instituto Chico Mendes, as ações contaram com o apoio da Polícia Federal e da Polícia Militar do Acre.  

“Estamos em uma Reserva Extrativista, onde há pessoas com o direito de morar de forma tradicional dentro da UC. Nossa intenção com essa operação é realizar os procedimentos de averiguação sem gerar problemas aos comunitários. Temos ciência de muitas invasões na unidade de conservação e, desde 2019, já identificamos na Resex Chico Mendes mais de 3000 pontos de alerta de desmatamentos, que necessitam de averiguação in loco. O ICMBio está preocupado, não só com as questões de preservação ambiental, mas com os danos causados ao modo de vida tradicional das pessoas que moram nessa unidade de conservação”, explica o coordenador da operação, o analista ambiental Ronilson Vasconcelos.