Folha do Meio Ambiente

Foi uma tragédia anunciada. A queda do vão central da ponte Juscelino Kubitschek, sobre o rio Tocantins, divisa entre Tocantins e Maranhão, foi culpa da negligência e da omissão.  A ponte, inaugurada na década de 1960 para atender o corredor Belém-Brasília, segundo o DNIT teve uma recuperação estrutural entre os anos de 1998 e 2000. Mas a ponte estava há 20 anos sem manutenção. As reclamações dos usuários eram muitas e foram ignoradas pelo governo federal e pelos dois estados limítrofes. Portaria para reconstrução da ponte já foi publicada, mas obra só ficará pronta em 2026. Pelo último boletim da Marinha, 12 pessoas morreram e cinco seguem desaparecidas.

Pelo último boletim da Marinha, 12 pessoas morreram e cinco seguem desaparecidas.

Apesar das reclamações da comunidade local e dos motoristas que usavam a ponte, a reforma da ponte era sempre adiada. Segundo documentos de inspeção feita em 2019 feito pelo DNIT, houve uma recuperação estrutural entre os anos de 1998 e 2000. Depois, passados mais de 20 anos, nunca houve manutenção, mesmo tendo a ponte apresentando muitos problemas.

Com 533 metros de metros de extensão, a ponte fica na rodovia BR-226. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT informou que o último contrato de manutenção foi firmado para execução de serviços entre os anos de 2021 e 2023.

O colapso do vão central da ponte aconteceu pouco antes das 15h do dia 22 de dezembro. Pelo menos dez veículos de pequeno e grande porte estavam em trânsito quando aconteceu o acidente. Dentre os veículos, havia quatro carretas, sendo duas com mais de 70 toneladas de ácido sulfúrico e uma com agrotóxicos, que deixaram municípios da região em alerta com relação à utilização da água do Rio Tocantins.

A Ponte do Estreito estava há 20 anos sem manutenção. As reclamações dos usuários eram muitas e foram ignoradas pelo governo federal e pelos dois estados limítrofes.

Diretores do DNIT explicaram que as Obras de Arte Especiais possuem classificação de notas 1 a 5, com base nas inspeções realizadas pela autarquia. A ponte Juscelino Kubitschek, ou Ponte de Estreito, tinha classificação 2, ou seja, teria que ser priorizada para obras de intervenção.

Em 2021, o contrato firmado por meio do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas para esta e outros locais na BR-226 tinha o valor de R$ 3,5 milhões segundo o DNIT. Nesse período foram feitos reparos nas vigas, laje, passeios e pilares da estrutura.

Portaria para reconstrução da ponte já foi publicada, mas obra só ficará pronta em 2026.

Com o fim do contrato, em 2024 foi aberto um edital no valor de aproximadamente R$ 13 milhões para reparos na estrutura. Mas o órgão informou que o contrato previa ainda elaboração dos estudos preliminares, projeto básico e executivo de engenharia e execução das obras de reabilitação da ponte. Entretanto, o edital fracassou e nenhuma empresa venceu o certame porque nenhuma delas atestou habilitação necessária para execução dos serviços.

CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL

Na véspera de Natal, o Ministério dos Transportes publicou portaria para a contratação de empresa para reconstruir a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (Ponte do Estreito. A publicação da portaria viabiliza a contratação emergencial, ainda neste ano, da empreiteira responsável pelo projeto e a execução das obras. Cerca de R$ 100 milhões devem ser investidos para a reconstrução da ponte. A obra deve ficar pronta só em 2026.

ROTAS ALTERNATIVAS

O Dnit divulgou as rotas alternativas. Os usuários do Tocantins devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis a Luzinópolis, chegar na BR-230 e seguir até o km 101 (cidade de São Bento). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá e Imperatriz (MA).

Quem vai do Maranhão deve acessar a BR-226 em Estreito até Porto Franco. De Porto Franco os usuários devem seguir pela BR-010 até Imperatriz.