Operação

Operação conjunta realiza maior apreensão de armadilhas de lagostas da história

17 de fevereiro de 2025

Coordenada pelo Ibama, ação foi realizada no litoral do Ceará com articulação da Abin

Assessoria de Comunicação do Ibama

Operação Marambaia

– Foto: Divulgação/Fiscalização/Ibama

 Acaraú/CE – (13/02/2025) – Na maior apreensão de armadilhas para captura de lagostas já realizada em território nacional, milhares de armadilhas foram encontradas distribuídas em uma área de 15 mil metros quadrados na praia de Aranaú, localizada no município de Acaraú (CE). Os petrechos, popularmente chamados de marambaias, estavam prontos para serem lançados ao mar antes do fim do defeso, período reprodutivo da lagosta, durante o qual a captura da espécie é proibida. O grande aparato para a prática ilegal foi avistado também do espaço, por satélite utilizado pela operação. A estimativa é que, como resultado da ação, cerca de 300 toneladas de lagosta deixem de ser capturadas ilegalmente apenas em 2025.

Fabricadas com uso de diversos materiais, como tambores metálicos, forros de câmaras frias enferrujados, geladeiras descartadas e pneus velhos, as marambaias causam danos severos aos estoques pesqueiros e ao meio ambiente. Seu uso gera captura indiscriminada da lagosta, com tamanhos de exemplares abaixo do permitido, o que compromete a reprodução dos animais e a reposição do estoque para a safra pesqueira do ano seguinte.

O despejo de tambores metálicos no mar causa, ainda, uma série de consequências danosas ao meio ambiente e à saúde humana. A contaminação das águas com produtos como solventes e óleos lubrificantes residuais gera dano à vida marinha, causando diminuição da biodiversidade e até extinção de espécies, além da possibilidade da poluição se espalhar por toda a cadeia alimentar, afetando desde plânctons até grandes predadores. Recifes de coral e outros ecossistemas sensíveis podem ser particularmente afetados, com potencial de destruição.

A área onde estavam depositadas as marambaias a céu aberto também continha uma oficina rudimentar na qual os tambores metálicos eram cortados e amassados antes de seguirem para as pilhas de armazenagem. A investigação verificou que, diariamente, os infratores carregavam caminhões e deslocavam esses petrechos para barcos de pescas, para os lançarem ao mar. Com o término do defeso, em 30 de abril, e aberta a temporada de pesca da lagosta, pescadores utlilizando compressores de ar mergulhariam até as marambaias, capturando todas os animais nelas abrigadas. A prática do mergulho com compressor pode causar morte ou invalidez devido à doença descompressiva – uma embolia gasosa que acomete o mergulhador quanto este retorna rápido demais à superfície -.

O uso de marambaias e a pesca com compressor são proibidos por lei, mas o combate a esses ilícitos encontra obstáculos logísticos para a apreensão e a destruição dos materiais empregados na prática.

Sobre a operação

Com articulação interinstitucional da Abin – órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SisBin), o qual promoveu a integração das instituições envolvidas –, e coordenada pelo Ibama, a ação fiscalizatória contou com o suporte de segurança da Polícia Militar do Ceará e com uma complexa rede logística com caminhões do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil, da Receita Federal do Brasil e da siderúrgica ArcelorMittal.

“Essa ação resguarda a qualidade da lagosta exportada pelo Ceará e auxilia na manutenção dos altos padrões de sanidade e qualidade do produto cearense já alcançado no mercado internacional”, afirma o superintendente do Ibama no estado, Deodato José Ramalho Júnior. Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama no Ceará, José da Luz Alencar, “a ação será contínua e terá como alvo outros depósitos de marambaias localizados no litoral”.

A ação contou ainda com um extenso contingente do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil para a carga e descarga de aproximadamente 75 toneladas de marambaias. Todo o material apreendido foi transportado para a unidade siderúrgica ArcelorMittal no Porto Pecém (CE). A empresa, além de auxiliar no transporte, procedeu com a inutilização, destruição e destinação adequada e segura do material, contribuindo significativamente para sustentabilidade ambiental.

Assessoria de Comunicação do Ibama