Desmatamento

Amazônia registra menor área sob alerta de desmatamento da série histórica para fevereiro

14 de março de 2025

Número de alertas medidos pelo sistema Deter, do Inpe, sofreu redução de 64,26% em relação ao mesmo mês do ano passado

MMA

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Em fevereiro, foram registrados 80,95 km² de áreas desmatadas na Amazônia Legal, conforme sistema de monitoramento Deter – Foto: Fernando Donasci/MMA

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal atingiram o menor número para o mês de fevereiro. Segundo dados do sistema de monitoramento Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 80,95 km² de áreas desmatadas no mês em 2025, queda de 64,26% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram detectados 226,51 km² de desmatamento. O pior ano foi 2023, quando houve alerta de desmatamento para uma área de 321,97 km² em fevereiro.

Também foi observada queda no Cerrado em fevereiro deste ano, quando foram identificados 494,05 km² sob alerta de desmatamento. No mesmo período do último ano, foram desmatados 655,51 km², o maior valor da série histórica iniciada em 2019. A redução em relação a 2024 é de 24,63%.

O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) foi desenvolvido para orientar ações de fiscalização e controle do desmatamento e da degradação florestal por meio dos alertas diários. O dado de um único mês, seja de redução ou de aumento, não pode ser considerado indicativo de tendência para a taxa de desmatamento no ano, medida por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).

O Prodes tem como base o período de 1º de agosto de um determinado ano até 31 de julho do ano seguinte. Detecta desmatamentos por corte raso e degradação progressiva, como árvores completamente destruídas por incêndios. Divulgada anualmente desde 1988, a taxa Prodes é resultado da comparação de imagens de satélite do período seco na Amazônia em dois anos consecutivos.

Em 2024, o Prodes detectou redução de cerca de 46% no ritmo de desmatamento na Amazônia na comparação a 2022. No último ano, de agosto de 2023 a julho de 2024, a diminuição foi de 30,63% em relação ao período anterior. É a maior redução percentual em 15 anos.

No Cerrado, o declínio medido pelo Prodes foi de 25,7% de agosto de 2023 a julho de 2024 na comparação ao intervalo de agosto de 2022 a julho de 2023, o que representa a primeira queda em cinco anos no bioma.

Governo federal no combate ao desmatamento

Desde janeiro de 2023, o governo federal trabalha para reduzir o desmatamento no Brasil, reafirmando o compromisso do país de zerá-lo até 2030.

Os Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e no Cerrado (PPCerrado) foram relançados em junho e novembro de 2023, respectivamente. Os planos para o Pantanal (PPPantanal) e a Caatinga (PPCaatinga) foram divulgados em dezembro de 2024. O governo federal trabalha na elaboração dos planos para a Mata Atlântica e o Pampa.

O PPCDAm se baseia em quatro eixos: atividades produtivas sustentáveis; monitoramento e controle ambiental; ordenamento fundiário e territorial e instrumentos normativos e econômicos.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) estabeleceu ainda uma lista de 81 municípios prioritários no bioma para ações de prevenção, controle e redução do desmatamento e da degradação florestal.

Também foi criado o programa União com Municípios, que prevê investimentos de R$ 785 milhões para promover o desenvolvimento sustentável e combater o desmatamento e incêndios florestais nos municípios prioritários. Além disso, o programa fornece apoio para esses municípios em ações de regularização fundiária e ambiental e assistência técnica e extensão rural em glebas públicas federais não destinadas, além de medidas de recuperação produtiva por meio de sistemas agroflorestais.