Em Belém (PA), Funai reforça a importância do diálogo e respeito na relação do Estado brasileiro com os povos indígenas
19 de abril de 2025Foto: Divulgação/Funai
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) reforçou nesta quarta-feira (16) a importância do diálogo e do respeito na relação do Estado brasileiro com os povos indígenas, além da participação e o protagonismo que se deve dar a eles na COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). A manifestação da presidenta Joenia Wapichana ocorreu durante a Caravana Participa Parente – Edição Pré-COP 30 – Etapa Pará, do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), iniciada durante a programação da Semana dos Povos Indígenas – Aldeando a COP 30, em Belém (PA).
A Semana dos Povos Indígenas – Aldeando a COP 30 é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), com apoio da Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa). O evento teve início na segunda-feira (14) com uma série de atividades abertas ao público e se encerra nesta quarta-feira, no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A Caravana Participa Parente – Edição Pré-COP 30 – Etapa Pará, do MPI, começou no domingo (13) e segue até quinta-feira (17).
“Os povos indígenas têm falado: ‘Nenhum evento sem nós, nenhum um espaço sem nós, nenhum Brasil sem nós’. É importante essa relação direta com o Estado brasileiro”, reforçou Joenia, ao agradecer o governo do Estado por incluir na sua programação local um evento como esse de preparação para a COP 30, conferência internacional que acontecerá em Belém, em novembro.
A presidenta da Funai também sugeriu ao Governo do Pará que haja preparo, paciência, respeito, transparência, disposição e boa vontade para ouvir os povos indígenas. E ainda alertou que as mudanças climáticas vêm atingindo não apenas os povos indígenas como toda sociedade e, portanto, cabe a todos a responsabilidade de mitigar os impactos.
A comitiva de autoridades composta pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, Joenia Wapichana, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, e demais componentes, foi recepcionada no período da manhã com cantos e danças tradicionais pelos indígenas do estado do Pará. Também participou das programações a coordenadora regional da Funai, Ô-é Paiakan Kaiapó, da Coordenação Regional (CR) Kayapó Sul do Pará.
Ao informar sobre os espaços de participação dos povos indígenas durante a COP-30, tanto os oficiais quanto os paralelos, Sonia Guajajara citou a inauguração do Círculo dos Povos, um dos quatro círculos temáticos e pioneiro na história da conferência. “É a primeira vez na história das COPs que nós teremos um espaço de participação e protagonismo direto”, adiantou a ministra, sobre o espaço dedicado para a organização do movimento indígena global.
Durante o 21º Acampamento Terra Livre (ATL), ocorreu o lançamento da Comissão Internacional Indígena da COP 30. Essa Comissão fará parte do Círculo de Povos e ambos serão presididos pelo MPI. Ela será composta por 16 membros que ainda serão definidos. Ao menos dois serão de organizações indígenas brasileiras e os demais do exterior.
No período da tarde, a presidenta da Funai participou de palestra com o tema “A Estrutura da COP da Mudança Climática: onde se dá a participação indígena na COP?”. Ela ressaltou que a incidência plena e efetiva acontece com a participação das discussões e da construção dos processos de tomada de decisão.
COP 30
A COP 30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), um encontro global anual no qual líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. Este é considerado um dos principais eventos do tema no mundo.
Os principais temas a serem discutidos incluem redução de emissões de gases de efeito estufa; adaptação às mudanças climáticas; financiamento climático para países em desenvolvimento; tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono; preservação de florestas e biodiversidade; e justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.
Assessoria de Comunicação/Funai