Folha do Meio Ambiente

Com o crescimento da aviação agrícola no oeste da Bahia — prática fundamental para o controle fitossanitário das lavouras — aumenta também a necessidade de destinar corretamente os resíduos líquidos (as chamadas caldas) gerados nas pulverizações. Ciente dessa responsabilidade e das exigências ambientais, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por meio de seu Centro de Treinamento (CT), promoveu no dia 5 de maio uma capacitação sobre Padronização de Pátio de Descontaminação, reunindo 16 profissionais atuantes diretamente nessa área.

Ministrado pelo engenheiro agrônomo Wallyson dos Santos Nunes, o curso teve carga horária de oito horas, divididas entre aulas teóricas e atividades práticas em uma fazenda parceira. O foco foi orientar sobre o descarte correto das caldas, em conformidade com a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), destacando que o descarte inadequado configura crime ambiental inafiançável, conforme o Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999.

“O tratamento adequado desses resíduos não apenas cumpre a legislação, mas é essencial para evitar a contaminação do solo e das águas subterrâneas, protegendo o meio ambiente”, ressalta o instrutor. Ele destaca ainda que o Brasil é pioneiro tanto na criação de normas específicas para o controle de resíduos líquidos de defensivos quanto na adoção de tecnologias voltadas à preservação ambiental.

O curso foi voltado para gerentes de fazenda, técnicos de segurança, pilotos de aviação agrícola e operadores responsáveis pela preparação das caldas. Durante a capacitação, os participantes receberam orientações sobre os critérios técnicos e estruturais para construção dos pátios, que devem incluir piso de concreto sem rachaduras (maior que o tamanho da aeronave), reservatórios de decantação, sistema de ozonização e tanques para contenção e evaporação dos resíduos.

Os produtores associados da Abapa interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre o tema podem entrar em contato com o Centro de Treinamento da entidade para agendar reuniões ou visitas técnicas.