SANEAMENTO

Marina Silva reitera conexão entre saneamento e mudança do clima em congresso

27 de maio de 2025

Ministra defendeu a implementação de meios para acelerar o cumprimento das metas de universalização dos serviços de saneamento até 2033

Assessoria Especial de Comunicação Social do MMA

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Marina Silva durante o 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA), em Brasília – Foto: Rogerio Cassimiro/MMA

A relação direta entre o saneamento básico e o enfrentamento das mudanças climáticas foi destacada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante palestra magna em que realizou, na segunda-feira (26/05), no 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA), em Brasília.

Marina Silva afirmou que o país enfrenta uma dupla urgência: superar o déficit histórico no acesso ao saneamento básico e responder aos impactos crescentes da emergência climática. “A crise climática já afeta a disponibilidade hídrica, a qualidade da água, a infraestrutura urbana e rural e a saúde pública, exigindo que o setor de saneamento seja parte central das soluções.”

A ministra defendeu a implementação de meios para acelerar o cumprimento das metas de universalização dos serviços de saneamento até 2033, que incluem, entre outros objetivos, o abastecimento de água e o tratamento de esgoto para todos.

Ao pontuar as consequências da falta dessa infraestrutura na vida das pessoas, Marina informou que, “só em função de onda de calor, nós perdemos quase 500 mil vidas por ano, a maioria são crianças e pessoas idosas”. Segundo ela, ainda “há uma grande falta de identificação da causa da morte”, sendo a maior parte reconhecida como desidratação nos casos infantis. O cenário, em sua avaliação, deverá alcançar números ainda mais expressivos, com o agravamento da urgência climática.

“Se você imagina que essas ondas de calor, alcançando crianças que ainda ficam suscetíveis a problemas de diarreia, de contaminação, em função da ausência do saneamento básico, você vai ter nas comunidades vulnerabilizadas danos incomparavelmente maiores e que não são notificadas adequadamente”

A ministra defendeu a implementação de indicadores de esforços para alcançar a meta, que precisa ser materializada em recursos financeiros, humanos, tecnológicos, de articulação, e em uma visão prospectiva e de inovação. “É fundamental para que a gente consiga tirar as leis do papel e transformá-las em algo que, de fato, seja benefício econômico, social, ambiental, cultural e, porque não dizer, civilizacional”

Para potencializar o cumprimento da meta, a ministra defendeu a inclusão de “políticas públicas customizadas”, fundamentadas em dados e evidências não só da ciência moderna, mas também da “ciência advinda do saber narrativo, das populações locais que têm conhecimento associados às dinâmicas de suas comunidades”.

“Quando a gente faz esse diálogo de saberes, a eficiência e a capacidade de resposta são incomparavelmente maiores, e a gente até consegue reduzir custos, porque a gente está fazendo isso com base no olhar para essa multiplicidade de conhecimento.”

O Plano de Transformação Ecológica, liderado pelo Ministério da Fazenda com a atuação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), também foi reiterado como um dos esforços do governo federal para impulsionar a transformação ecológica da economia brasileira. A iniciativa está estruturada em seis eixos estratégicos: finanças sustentáveis, adensamento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e infraestrutura verde.

“Não haverá transformação ecológica, se as pessoas não têm acesso à água tratada, ao saneamento básico, à deposição adequada dos resíduos sólidos e também ao tratamento necessário para que a gente possa ter qualidade de vida, sobretudo àqueles que são mais vulneráveis em comunidades periféricas”.

O secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf acompanhou a ministra no evento.

Assessoria Especial de Comunicação Social do MMA