Folha do Meio Ambiente

Belém (23/05/2025) – Com o objetivo de conter o avanço destrutivo do fogo no entorno da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no Pará, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu início à Operação Apoena, palavra de origem indígena que significa “aquele que enxerga longe”. A ação busca fortalecer a prevenção de incêndios florestais por meio da fiscalização e orientação de propriedades rurais vizinhas à área protegida.

A ação, que teve início em 8 de maio, entre o nordeste e sudeste do estado, é conduzida pela Divisão de Fiscalização Ambiental (Difis) em conjunto com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), com foco na vistoria técnica de imóveis rurais e emissão de laudos contendo medidas obrigatórias para evitar possíveis incêndios florestais.

Fiscalização ambiental do Ibama em ação no entorno da TI Alto Rio Guamá (PA), como parte da Operação Apoena, focada na prevenção de incêndios florestais

Os documentos elaborados por especialistas do Prevfogo são entregues aos responsáveis pelas propriedades, que recebem notificação formal para implementar as recomendações sob pena de sanção legal, conforme previsto no Art. 58-C do Decreto 6.514/2008.

A urgência da operação se explica pelos números alarmantes registrados em 2024. Entre os meses de junho e dezembro, a TI Alto Rio Guamá contabilizou mais de 7 mil focos de calor, o que resultou na devastação de 85.904 hectares – cerca de 30% de seu território tradicional. O impacto foi severo, tanto para a vegetação nativa, quanto para os modos de vida dos povos Tembé, Timbira e Ka’apor, que vivem na região e dependem diretamente da floresta para sua subsistência e cultura.

Primeiros resultados

Durante os primeiros dias da Operação Apoena, foram vistoriadas 32 áreas, totalizando 8.461 hectares, e lavradas 33 notificações. A expectativa do Ibama é que o cumprimento das medidas preventivas contribua para uma queda expressiva nos focos de calor em 2025, especialmente no período crítico de estiagem, entre julho e outubro.

A estratégia adotada visa aliar educação ambiental, responsabilização legal e articulação com comunidades e produtores rurais, reforçando que a prevenção de incêndios florestais é algo que deve ser compartilhado por todos.

Assessoria de Comunicação do Ibama