Instituto Chico Mendes e Iphan prestam homenagem a Niède Guidon

5 de junho de 2025

Arqueóloga faleceu na madrugada desta quarta-feira (4), aos 92 anos

ICMBio

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Niède Guidon – Foto: Fumdham

 OInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) manifestam seu profundo pesar pelo falecimento da grande arqueóloga brasileira Niède Guidon (1933-2025), na madrugada desta quarta-feira (4).  

Professora, pesquisadora, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico, Niède Guidon dedicou a maior parte da sua carreira a proteger, valorizar e divulgar o patrimônio arqueológico brasileiro, em especial da região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 1991. 

Se a Serra da Capivara é hoje reconhecida como uma das mais relevantes concentrações de sítios arqueológicos do mundo, com profundo impacto para o debate e a compreensão da história da ocupação humana das Américas, é sobretudo graças à visão e à defesa incansável de Niède Guidon à ciência e à cultura. Como fundadora e presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), responsável pelo manejo do Parque, Niède deixa um legado que seguirá influenciando os rumos da Arqueologia no Brasil e no mundo.  

O presidente do ICMBio, Mauro Pires, lamentou o falecimento da arqueóloga: “A professora Niède é uma dessas figuras inesquecíveis que inscrevem seu nome na nossa história. Sua contribuição à arqueologia mundial e à ciência brasileira é imensurável. Mas é na Serra da Capivara que seu legado se torna ainda mais emblemático: aliou, com maestria e visão de futuro, a preservação ambiental ao desenvolvimento local, valorizando saberes tradicionais e fomentando iniciativas de base comunitária. Em tempos de negacionismo científico e climático, ela nos deixa a valiosa lição de que é possível, sim, conciliar conservação e desenvolvimento”. 

Em homenagem a esse legado, o presidente do Iphan, Leandro Grass, escreveu em suas redes sociais: “A história do patrimônio cultural brasileiro se divide entre antes e depois de Niède Guidon, uma referência da cultura e da ciência em nosso país, que abriu caminhos para milhares de pessoas que se sentiram chamadas a preservar nossa memória”. 

A diretora do Centro Nacional de Arqueologia (CNA/Iphan), Jeanne Crespo, comentou sobre a importância do trabalho de Niède, descrevendo-a como “uma mulher pioneira”: “Sua dedicação promoveu a valorização das culturas ancestrais de nosso país. Sua paixão pelo patrimônio arqueológico e por uma arqueologia conectada aos territórios e comunidades locais deve ser considerada inspiração para gerações de pesquisadoras e pesquisadores deste campo”, afirmou. 

E a chefe do Parque Nacional da Serra da Capivara, Marian Rodrigues, ressaltou que “o legado da doutora Niède Guidon precisa ser preservado com responsabilidade e respeito à grandiosidade de sua trajetória. Sua coragem e determinação não podem ser esquecidas. No que depender de mim, honrarei cada ensinamento que recebi dela, colocando em prática tudo o que aprendi ao seu lado”. 

O ICMBio e o Iphan agradecem a Niède Guidon por sua imensa obra e manifestam solidariedade e sentimentos aos seus familiares, amigos e admiradores.

Foto: Fumdham
Foto: Fumdham
Foto: Fumdham
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