Manejo sustentável do pirarucu é tema de evento no Amazonas
2 de junho de 2025Durante o encontro, representantes do Ibama reafirmaram compromisso com a preservação da espécie na região amazônica

Brasília/DF (28/05/2025) – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) participou da 13ª Reunião do Coletivo do Pirarucu, promovido na Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, em Manaus (AM). O evento, realizado de 21 a 23 de maio, teve como objetivo fortalecer o manejo sustentável do pirarucu (Arapaima gigas) na região amazônica. Participaram do encontro 81 pessoas, dentre elas, pescadores indígenas e ribeirinhos, e representantes de instituições públicas e de organizações não governamentais.
Recentemente, o Ibama instituiu o Programa Arapaima (Portaria nº 22/2025), com o intuito de estimular as práticas comunitárias de proteção dos ambientes aquáticos onde ocorrem naturalmente as populações de pirarucu; fomentar a organização coletiva dos pescadores envolvidos no manejo; e apoiar a geração de benefícios socioeconômicos para as comunidades envolvidas na conservação dos ecossistemas de várzea amazônica.
O programa prevê, ainda, a elaboração de um plano de ação voltado ao aprimoramento e ao fortalecimento das etapas que compõem o manejo sustentável da espécie. O planejamento será feito pelas comunidades em parceria com a Superintendência do Ibama no estado do Amazonas.
A coordenadora do Uso Sustentável da Fauna e da Biodiversidade Aquática do Ibama, Cristina Buck, explica que a iniciativa do manejo de pirarucu teve início no trecho médio do rio Solimões, desenvolveu-se na região e hoje ocorre em 32 áreas, entre Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Áreas de Acordo de Pesca. A prática é conduzida por comunidades ribeirinhas e povos tradicionais.
“A criação do Programa Arapaima é uma nova etapa desse processo, da busca de valorização de todo esse trabalho, para que ele seja melhor internalizado dentro do Ibama, com metas e objetivos”, explica Cristina. Ela ressalta que, por meio da institucionalização do programa, será possível garantir um orçamento maior e estabelecer parcerias com universidades e institutos de pesquisa, visando ao fortalecimento dessa estratégia comunitária de conservação da Amazônia.
A pesca do pirarucu manejado é realizada de forma responsável, com base em critérios técnicos definidos, em que apenas 30% dos indivíduos adultos contados podem ser pescados. Os 70% restantes são preservados e contribuem para a manutenção e o aumento dos estoques ao longo do tempo. Essa e outras medidas de conservação, como a vigilância dos espaços de pesca por parte dos comunitários – em que eles protegem de invasões os ambientes aquáticos onde os peixes se reproduzem – asseguram a sustentabilidade do recurso.
O agente ambiental do Ibama Walmir Nogueira, que acompanha o manejo do pirarucu desde o início, ressalta a importância desse trabalho. “Trata-se de uma ação social que promove a união das comunidades e dos comunitários, mostrando o valor desse esforço coletivo”, declara.
Segundo Walmir, onde há manejo e unidade de conservação, o território é preservado. Isso acontece porque a própria comunidade se responsabiliza pela proteção do ambiente. E essa proteção vai além do pirarucu — ele é apenas um elemento central. “Ao proteger o peixe, também estamos cuidando de toda a biodiversidade local: os recursos naturais, as espécies aquáticas e os elementos terrestres”, acrescenta.
A conservação do pirarucu gera resultados concretos, pois os recursos naturais não apenas se mantêm, mas também se fortalecem e se desenvolvem. “Isso só é possível graças à participação ativa das comunidades locais, que assumem um papel fundamental na proteção e no cuidado com o meio ambiente”, resume Cristina.
Assessoria de Comunicação Social do Ibama