ICMBio e MDS realizam ação emergencial na Resex Baía do Iguape para auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade
21 de julho de 2025Servidores entregam 600 cestas básicas para cerca de 200 famílias residentes no território no interior da Bahia
– Foto: Daniel Tancredi
Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão distribuindo cestas básicas para famílias residentes na Reserva Extrativista Marinha da Baía do Iguape, na Bahia, após constarem pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, sem acesso à água potável, educação e saneamento básico.
A ação foi organizada pela Coordenação-Geral de Articulação de Políticas Públicas e Economias da Sociobiodiversidade (CGPT), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), que articulou uma resposta emergencial para a distribuição de cestas alimentares às famílias em maior situação de risco.
A ação é coordenada por servidores e colaboradores do ICMBio vinculados à Resex, com apoio de lideranças comunitárias, visando garantir agilidade e sensibilidade no atendimento.
Um levantamento recente realizado em áreas rurais do município de São Félix (BA), nas proximidades da Reserva Extrativista Marinha da Baía do Iguape, revelou uma realidade alarmante de vulnerabilidade social enfrentada por centenas de famílias extrativistas da região. A pesquisa de campo, iniciada em maio pelo Instituto Chico Mendes, encontrou comunidades vivendo em condições precárias, com falta de serviços básicos, isolamento geográfico e histórico de exclusão social.
Desde os primeiros dias de visita às comunidades, a equipe de entrevistadores e a coordenadora local do levantamento relataram situações graves. Em muitas localidades, os moradores consomem água de rios ou da maré, por não terem acesso à água potável. Há casas sem banheiros ou qualquer estrutura sanitária mínima, o que acentua riscos à saúde pública. Também foram identificados diversos casos de jovens adultos, com mais de 20 anos, que nunca frequentaram a escola.
“A gente encontrou pessoas sem se alimentar direito, famílias que vivem em condições extremamente difíceis. Há jovens de 22 anos que nunca estudaram e famílias inteiras sem banheiro ou água tratada. É uma situação muito crítica”, relata Analista Ambiental e Chefe da Resex Marinha da Baía do Iguape, Rafaela Farias.
Diante desse cenário, a Coordenação-Geral de Articulação de Políticas Públicas e Economias da Sociobiodiversidade (CGPT), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), articulou uma resposta emergencial para a distribuição de cestas alimentares às famílias em maior situação de risco. A ação é coordenada por servidores e colaboradores do ICMBio vinculados à Resex, com apoio de lideranças comunitárias, visando garantir agilidade e sensibilidade no atendimento.
O mapeamento das condições de vida está sendo realizado em diferentes Unidades de Conservação da região, com foco em territórios tradicionalmente ocupados por populações extrativistas. Segundo especialistas, esses diagnósticos são fundamentais para subsidiar políticas públicas específicas e eficazes, que considerem as realidades locais e garantam os direitos das comunidades tradicionais.
“O levantamento permite dar visibilidade a demandas urgentes e reforça a importância da presença do Estado em regiões isoladas, onde a ausência de políticas públicas estruturantes tem impactos profundos e duradouros”, avalia a equipe técnica do ICMBio envolvida na ação.
Até o momento, cerca de 9 mil moradias foram registradas, o que pode tornar a Reserva Marinha da Baía do Iguape uma das Unidades de Conservação federais com o maior número de famílias potencialmente beneficiadas por políticas públicas de inclusão.
A ação faz parte de uma estratégia nacional de reconhecimento e inclusão social e produtiva das famílias que vivem nas Resex, Flonas e RDS. A coordenação da iniciativa está sob responsabilidade da Coordenação de Informações para o Bem Viver (COBEM) e da CGPT, ambas do Instituto Chico Mendes.
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