ANAVILHANAS E MARIUÁ

MOSAICO DE ECOSSISTEMAS

1 de julho de 2025

ARQUIPÉLAGOS DAS ANAVILHANAS E DE MARIUÁ

Silvestre Gorgulho

Encontro celebra os 44 anos de criação do Parque Nacional das Anavilhanas, discute ações de conservação e homenageia idealizador da unidade.

O Conselho Consultivo do Parque Nacional de Anavilhanas se reuniu no início de junho para debater ações de conservação, bem como projetos de pesquisa e a gestão da Unidade. Participaram da 30ª reunião todos os conselheiros, instituições parceiras e representantes das comunidades do entorno.

 

Durante a reunião houve uma homenagem especial idealizador da transformação da antiga Estação Ecológica de Anavilhanas em Parque Nacional, Antônio Maria Martin recebeu uma placa de reconhecimento.

“Sua participação é especialmente significativa por representar a visão e o empenho que tornaram possível a transformação da Estação Ecológica de Anavilhanas em Parque Nacional — um legado de grande importância para a conservação da Amazônia”.

 

TEMAS EM DICUSSÃO

Essa mudança foi fundamental para ampliar as possibilidades de uso público, valorizar o território e fortalecer a conservação ambiental na região.

A ocasião também celebrou os 44 anos de criação do Parque Nacional de Anavilhanas, comemorados no dia 2 de junho, reforçando o compromisso com a preservação do segundo maior arquipélago fluvial do mundo.

Entre os temas técnicos discutidos, destacaram-se:

  •  A apresentação sobre o uso de pingers (alarmes acústicos) como ferramenta para a mitigação de conflitos entre botos e pescadores.
  •  O Projeto Rios Online,desenvolvido pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que visa promover o monitoramento dos rios e a educação ambiental na região;
  •  Informes sobre a atualização do Regimento Interno e da composição do Conselho Consultivo, buscando aprimorar a governança da unidade;
  •  Compartilhamento de informações preliminares sobre a situação fundiária da região de Tauatú.

A 30ª reunião reforça o papel do Conselho como espaço de construção coletiva e cooperação entre diferentes setores da sociedade, em prol da conservação do Parque Nacional de Anavilhanas e do desenvolvimento sustentável da região”, destaca o chefe do Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio em Novo Airão, Hueliton Ferreira, que tem sob sua gestão o Parna Anavilhanas e mais três UCs, o Parna do Jaú, a Resex do Rio Unini e a Resex Baixo Rio Branco-Jauaperi.

 

PARQUE NACIONAL ANAVILHANAS

E O ARQUIPÉLAGO DE MARIUÁ.

Anavilhanas é o segundo maior arquipélago fluvial do mundo. O primeiro é Arquipélago de Mariuá. Ambos no rio Negro, Amazonas.

 

Com cerca de 400 ilhas no rio Negro, localizado nos municípios de Manaus e Novo Airão, o parque é o segundo maior arquipélago fluvial do mundo. O Parque Nacional das Anavilhanas foi criado pelo Decreto nº 86.061, de 2 de junho de 1981, com o objetivo de preservar a região e suas diversas formações florestais. Segundo técnicos do ICMBio, os trabalhos no parque buscam estimular a produção de conhecimento por meio da pesquisa científica e valorizar a conservação do bioma Amazônia com base em ações de educação ambiental e turismo sustentável.

Com mais de 1.400 ilhas, o maior arquipélago fluvial do mundo é o de Mariuá, localizado no município de Barcelos (AM), às margens do Rio Negro. A região inclui um mosaico de ecossistemas de águas pretas que estão entre as mais frágeis da Amazônia e incluem rios, ilhas, lagos, florestas inundadas, praias arenosas, campos e pântanos.

ANAVILHANAS

O Parque Nacional das Anavilhanas é administrado pelo Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e apresenta formações florestais diversas, como floresta ombrófila densa, igapó, campinarana, caatinga-gapó e chavascal, além de ecossistemas fluviais e lacustres. A parte fluvial do parque, com centenas de ilhas, representa 60% da unidade. A porção de terra firme compreende os demais 40%, num total de 350.469,8 hectares.

 

DIVERSIDADE E TURISMO

Segundo a Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), a imensidão e a diversidade do rio Negro no Amazonas trazem ao turismo diversas rotas e passeios para conhecer paisagens exuberantes. Entre tantas opções para o visitante, Anavilhanas é destaque, com suas ilhas, praias e biodiversidade que formam um dos mais espetaculares cenários da região Norte.

O Parque das Anavilhanas está localizado a 40 quilômetros acima da cidade de Manaus, com sede no município de Novo Airão. O Parque Nacional de Anavilhanas é o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, com cerca de 400 ilhas e 60 lagos. No ano de 2000, por conta de sua imensa biodiversidade e riquezas naturais, o Parque foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Natural da Humanidade.

Esse labirinto verde nunca deixa seus visitantes entediados e pode ser apreciado de diversas formas e, dependendo da época do ano, apresenta cenários completamente diferentes. Na seca (setembro a fevereiro) é possível desfrutar das deslumbrantes praias de areias brancas que emergem por todo o arquipélago. Já na cheia (março a agosto) o vislumbre fica por conta das trilhas aquáticas de igapó, que são passeios de barco por dentro das florestas alagadas, um cenário misterioso e de tirar o fôlego.

Em qualquer época, porém, é possível apreciar a rica flora e fauna amazônica, fazer passeios de barco, trilhas terrestres, dar um mergulho nas belas águas do rio Negro, conhecer comunidades tradicionais ribeirinhas e o belo artesanato de Novo Airão, entre outros atrativos.

ONDE FICAR – Pousadas, hotéis e até apartamentos para temporada são facilmente encontrados no município de Novo Airão. Partindo do município, os visitantes podem fechar passeios que saem diariamente até o Parque Nacional.

Para quem se hospeda no município de Novo Airão, conhecer a culinária da pequena cidade e o artesanato local são programas imperdíveis.

Outra opção de hospedagem são os Hotéis de Floresta que ficam localizados em meio à imensidão verde e proporcionam ao turista uma experiência única de imersão na floresta.

COMO CHEGAR – A partir de Manaus é possível chegar à Novo Airão – cidade sede do Parque – por via aérea ou terrestre.

VIA AÉREA – Novo Airão não possui aeroporto, mas é possível fretar um hidroavião a partir de Manaus e pousar no rio Negro.

VIA TERRESTRE – A partir de Manaus, depois de atravessar a ponte sobre o rio Negro, o visitante deve seguir pela AM-070 por aproximadamente 86 quilômetros, sentido Manacapuru. Após passar pelo balneário do Miriti, haverá um entroncamento à direita, onde se inicia a rodovia AM-352. Desse ponto, o deslocamento é de 98 quilômetros até Novo Airão.

 

 

ARQUIPÉLAGO DE MARIUÁ

Distante 402km de Manaus, localizado no município de Barcelos (AM), às margens do Rio Negro, o Arquipélago de Mariuá é considerado o maior arquipélago fluvial do mundo. A região inclui um mosaico de ecossistemas.
Em meio a toda a diversidade de paisagens da Amazônia, encontram-se áreas úmidas, consideradas armazéns naturais de diversidade biológica. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no Amazonas, é a única do bioma amazônico reconhecida como Zona Úmida de Importância Internacional (ou Sítio Ramsar), mas uma segunda região foi proposta pelo Brasil para reconhecimento: o Arquipélago Mariuá, também no estado do Amazonas.

São mais de 1.400 ilhas, que apresentam rica diversidade sociocultural, com cerca de 30 comunidades. A região caracteriza-se, também, pelo alto grau de dependência das populações locais, principalmente ribeirinhos e indígenas, com relação aos recursos naturais do Arquipélago, o que propicia o surgimento de conflitos diversos.