Folha do Meio Ambiente

Neste mês de agosto, o Centro Especializado em Manejo Integrado do Fogo (CEMIF) intensificou as ações de promoção e formação de brigadas voluntárias e comunitárias em unidades de conservação de diferentes regiões do Brasil, com foco na prevenção e preparação para o combate a incêndios florestais. 

Na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira, que abrange 27 municípios em três estados (MG, SP e RJ), foram capacitados funcionários de fazendas sobrepostas à APA e ao Monumento Natural (MONA) Bau, gerido pela Fundação Florestal de São Paulo. Também participaram do curso profissionais da Fundação Florestal, da Prefeitura de São Bento do Sapucaí/SP, bombeiros militares e integrantes da Defesa Civil.  

De acordo com o chefe do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Mantiqueira, Fábio Faraco, “a importância da capacitação é melhorar a resposta a incêndios na APA, sobretudo na parte sul, local com muitas áreas de relevante interesse para a conservação. Só neste ano, mais de 50 pessoas já passaram por formação no assunto”. 

Ainda em parceria com a Fundação Florestal de São Paulo, 30 brigadistas foram capacitados pelo ICMBio para atuar na região da Serra da Bocaina. Entre eles estão moradores, funcionários de propriedades rurais, representantes de Reservas Particulares do Patrimônio Natural e da Prefeitura de Bananal/SP. A iniciativa resulta da articulação local para a elaboração do Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF). 

No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, a capacitação foi direcionada para a organização da sociedade civil Associação de Coletores de Sementes da Chapada dos Veadeiros – Cerrado de Pé, que já atua em parceria com o ICMBio na restauração ambiental, com o apoio do Projeto Copaíbas, do GEF. Participaram do curso coletores de sementes de comunidades quilombolas e assentamentos. 

O curso visa preparar a comunidade para atuar no combate aos incêndios e identificar pontos de sinergia para a renovação do Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) da unidade, levando em conta o conhecimento desses atores sobre o uso do fogo, as áreas sensíveis e os alvos de conservação.  

“Durante o processo formativo, trabalhamos com ferramentas de planejamento e operacionalização da brigada comunitária, sendo ela uma força complementar à rede de brigadas voluntárias do Parque”, explica o analista ambiental do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Sandro Borges. 

Na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará, serão formadas duas turmas com mais de 50 brigadistas comunitários. O objetivo é fortalecer as brigadas voluntárias do território do Baixo Tapajós. Serão beneficiadas ao menos quatro comunidades, dentre elas a Comunidade do Escrivão, uma das mais afetadas pelo fogo em anos anteriores. 

Em Cáceres (MT), o ICMBio apoiou a realização do curso que formou vinte brigadistas do Instituto Gaia, por meio do projeto Mobilização para Prevenção aos Incêndios do Pantanal – Estação Ecológica do Taiamã e Rio Paraguai – RESTAURA + TAIAMÃ, que contribui para o Plano de Manejo Integrado do Fogo do Taiamã. O Instituto é apoiado pelo Projeto GEF Terrestre, com recursos para apoiar a restauração da Esec Taiamã e a formação de brigadas comunitárias no Pantanal. 

O coordenador substituto do CEMIF, Maurício Marcon, destaca que “o conhecimento tradicional das comunidades é essencial para construirmos estratégias de manejo do fogo adequadas ao modo de vida das comunidades, mais eficazes e respeitosas com os territórios. A formação de brigadistas voluntários e comunitários é parte da ação institucional no Manejo Integrado do Fogo”.