COP30

COP30 EM BELÉM DO PARÁ

1 de setembro de 2025

Que Nossa Senhora de Nazaré ajude e abençoe a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Pedro Luiz Rodrigues, jornalista e embaixador

A COP30 é um evento amazônico, tanto pelo tamanho como pela escolha do local para sua realização: Belém do Pará, na Amazônia brasileira. A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes) é um encontro global, realizado anualmente desde 1995, onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem, negociam e firmam acordos para reduzir emissões de gases de efeito estufa e alcançar o desenvolvimento sustentável.

 

Diferentemente da preocupação de muitos, as autoridades paraenses, a começar pelo governador Helder Barbalho, estão confiantes de que Belém dará um show de competência e eficiência como cidade-sede da COP-30, a se realizar em novembro próximo.

Para os paraenses, é infundada a onda de pânico que se instalou no resto do Brasil, duvidosa da capacidade de Belém conseguir oferecer alojamento digno – e a preços razoáveis – às dezenas de milhares de participantes – brasileiros e estrangeiros – que irão para o evento.

Na visão das autoridades estaduais, um bom teste sobre a adequação da capacidade de hospedagem (hoteleira e de arrendamento por temporada) de Belém será a festa do Círio de Nazaré – a maior festa religiosa do Brasil -, a se realizar no segundo domingo de outubro. Os festejos reúnem mais de dois milhões de fiéis, incluindo cerca de 80 mil turistas.

É certo que os fiéis que comparecem aos festejos do Círio de Nazaré são, em sua grande maioria, paraenses ou oriundos dos estados vizinhos, dispostos a enfrentar dificuldades, como penitência, diante da perspectiva das graças que esperam receber de Nossa Senhora. Muitos desses alojam-se em residências de parentes ou mesmo em embarcações de médio porte. É, portanto, gente habituada às especificidades do clima da Amazônia.

Diferente é a situação de funcionários e autoridades de governos estrangeiros e de organizações internacionais, mormente aqueles vindos de regiões temperadas ou frias, que necessitam de alojamento formal, dotado de comodidades que consideram básicas, como o ar-condicionado, indispensável para enfrentar uma umidade do ar chegando a 80% em novembro, e a temperatura a 32º graus centígrados.

O Itamaraty tem pleno conhecimento de que sucesso de qualquer encontro internacional será, em última instância, medido pelo alcance das decisões e iniciativas que nele venham a ser tomadas. No caso da COP30, nada em termos de conteúdo sugere que ela não será bem-sucedida.

A agenda final não foi ainda fechada, mas sabe-se que as prioridades se dividem em seis grupos principais:

1 -Transição e Eficiência Energética (com foco sobre a indústria e os sistemas de transportes.

2 – Preservação de Florestas, Oceanos e da Biodiversidade.

3 – Agricultura, abordando segurança alimentar e pesca.

4 – Cidades (resiliência, infraestrutura e água).

5 – Desenvolvimento Humanos e social.

6 – E a implementação do Balanço Global para garantir a equidade e a ética na governança climática.

Os diplomatas encarregados da organização do evento sabem que não pode haver falhas. Por isso têm como prioridade de momento assegurar alojamento a preços razoáveis para os que venham participar da COP30. Se for necessário outros navios de cruzeiro se somarão aos dois já contratados pelo governo federal – o MSC Seaview e o Costa Diadema – para funcionar como hotéis para as delegações estrangeiras. Com a ampliação da oferta, o governo espera reduzir a pressão altista de preços da rede hoteleira de Belém.

Tudo possível, claro, com a ajuda e as bênçãos de Nossa Senhora de Nazaré.

Amém!