‘Futuro Futuro’ vence o Troféu Candango de melhor longa no 58º Festival de Brasília
20 de setembro de 2025Evento celebrou seis décadas do cinema brasileiro com exibições, debates e reconhecimento a produções de todo o país
O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chegou ao fim na noite deste sábado (20), após nove dias de programação intensa marcada pela celebração dos 60 anos da primeira Semana do Cinema Brasileiro, realizada em 1965. A edição de 2025 reuniu 80 filmes — entre curtas e longas — selecionados a partir de mais de 1,7 mil inscritos. Além do Cine Brasília, as exibições chegaram a Planaltina, Gama e Ceilândia, reafirmando o compromisso com a descentralização cultural e a acessibilidade, com sessões que incluíram audiodescrição, legendagem descritiva e Libras.
O grande vencedor
O Troféu Candango de melhor longa-metragem da Mostra Competitiva foi entregue a Futuro Futuro, de Davi Pretto. O filme se passa em um futuro próximo no qual a inteligência artificial e uma nova síndrome neurológica impactam a vida de um homem de 40 anos que perdeu a memória. A narrativa explora como os avanços tecnológicos alteram a percepção da realidade e a vida em sociedade.
A produção também conquistou os prêmios de melhor roteiro e de melhor montagem, assinada por Bruno Carboni. A entrega do prêmio foi feita pelo coordenador de Audiovisual da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Júnior Ribeiro, em nome do secretário Claudio Abrantes.
“A entrega do Candango de melhor longa é um momento simbólico, porque representa o reconhecimento da força criativa do cinema brasileiro. O Festival de Brasília continua sendo um espaço de resistência e de projeção nacional e internacional da nossa produção audiovisual”, destacou Abrantes.
Outros destaques
A Mostra Competitiva premiou ainda Aqui Não Entra Luz, de Karol Maia, com Melhor Direção, e Quatro Meninas, de Karen Suzane, que recebeu o Prêmio Especial do Júri. Entre os intérpretes, Murilo Benício foi eleito Melhor Ator por Assalto à Brasileira, enquanto Dhara Lopes venceu como Melhor Atriz por Quatro Meninas.
Nos prêmios técnicos, Corpo da Paz, de Torquato Joel, conquistou quatro troféus: edição de som, trilha sonora, direção de arte e fotografia.
Na Mostra Brasília – Troféu Câmara Legislativa, o longa Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert, foi o grande vencedor, levando o prêmio do júri oficial e o júri popular, além de categorias técnicas como edição de som. Entre os curtas, Rainha, de Raul de Lima, se destacou com os prêmios de melhor curta (júri oficial), montagem e trilha sonora.
Premiações especiais
Nas mostras paralelas, Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança, venceu o prêmio da crítica internacional (Fipresci). O Prêmio de Temática Afirmativa foi para Adelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini, enquanto Aqui Não Entra Luz recebeu o Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Longa.
O Troféu Saruê, concedido pelo Correio Braziliense ao melhor “momento” do Festival, foi entregue ao cineasta José Eduardo Belmonte. O Prêmio Jean-Claude Bernardet do Júri Jovem UnB da Mostra Caleidoscópio foi para Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela.
O Prêmio Canal Brasil de Curtas ficou com Couraça, de Susan Kalik e Daniel Arcades. Já Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel, conquistou o Prêmio Marco Antônio Guimarães.
Memória e renovação
A edição também prestou homenagem a Fernanda Montenegro que, aos 95 anos, recebeu o Troféu Candango pelo conjunto da obra. A atriz, premiada na primeira edição do festival em 1965, enviou um vídeo emocionado de agradecimento.
Para a diretora do Festival, Sara Rocha, esta foi uma edição que conciliou tradição e inovação. “Celebrar os 60 anos do Festival de Brasília foi uma oportunidade de revisitar a nossa história e, ao mesmo tempo, apontar caminhos para o futuro. Tivemos uma programação diversa, com filmes potentes, debates e oficinas que reforçam o papel do festival como vitrine e espaço de formação para o cinema brasileiro”, afirmou.
O festival encerrou-se com a exibição do longa A natureza das coisas invisíveis, dirigido por Rafaela Camelo.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF)