INCÊNDIOS FLORESTAIS
1 de setembro de 2025No primeiro semestre deste ano, a maior redução foi no Pantanal, com queda de 97,8% em relação a 2024. Números são resultado de menor severidade da seca e de ações mais objetivas de combate às queimadas. Os incêndios florestais não dão trégua, mas o Brasil passou de 3,1 milhões para cerca de 1 milhão de… Ver artigo
No primeiro semestre deste ano, a maior redução foi no Pantanal, com queda de 97,8% em relação a 2024. Números são resultado de menor severidade da seca e de ações mais objetivas de combate às queimadas. Os incêndios florestais não dão trégua, mas o Brasil passou de 3,1 milhões para cerca de 1 milhão de hectares queimados até o início de agosto. No total, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), houve queda de 65,8% na comparação com o mesmo período de 2024.
Pelas informações do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao todo, o país passou de 3,1 milhões para cerca de 1 milhão de hectares queimados nos primeiros seis meses de 2025.
FOCOS DE CALOR — Também houve forte redução no número de focos de calor, segundo o sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O país registrou 19.277 focos de janeiro a junho, o menor número desde 2018. A queda foi de 46,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 35.938 focos.
Segundo técnicos do Ibama, a redução nas áreas queimadas e nos focos ocorreu em quatro dos seis biomas brasileiros e reflete tanto uma menor severidade da seca em 2025 como os esforços do Governo Federal em parceria com estados e municípios.
Bombeiros em ação em Mato Grosso. Depois que o fogo encontra ambiente propício para se propagar como ventos e a secura, o combate dos brigadistas fica muito difícil. (Foto: Mayke Toscano)
DF: OPERAÇÃO VERDE VIVO 2025
Incêndios florestais diminuem 54% no DF no primeiro semestre de 2025
No Cerrado da região do Distrito Federal, a Operação Verde Vivo 2025, coordenada pelo CBMDF, mobiliza profissionais para mapear áreas de risco e adotar ações preventivas. Até final agosto de 2025, a operação atendeu mais de 600 ocorrências de incêndios. Mas houve uma redução de grande em relação a 2024, quando, no mesmo período, houve 1.230 ocorrências.
Até o início de julho, a área queimada foi de 988 hectares (9.880.000 m²), enquanto, até julho de 2024, foram 2.126,76 hectares consumidos pelo fogo. Neste ano, a operação começou em 30 de abril e compreende o período de estiagem, seguindo até 30 de novembro.
ESTRATÉGIA do CORPO DE BOMBEIROS
Segundo informações do CBMDF, a estratégia da corporação envolve inteligência, tecnologia e prevenção, com profissionais já mobilizados para mapear áreas de risco e iniciar ações preventivas, inclusive o uso do fogo controlado, aplicado com acompanhamento técnico para evitar grandes incêndios.
Antes mesmo da temporada de incêndios, o Instituto Brasília Ambiental do DF contratou e preparou novos brigadistas para atuar na prevenção e combate aos incêndios florestais | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília
Para o tenente Anderson Ventura do Corpo de Bombeiros, a redução de ocorrências neste ano se deu não só pelas ações de prevenção, mas também pelas chuvas atípicas que ocorreram durante o período de estiagem. “Não posso deixar de mencionar que as chuvas ajudaram”, reconhece o militar.
A verdade, explica o tenente Anderson Ventura, todos os anos, a Operação Verde Vivo prevê ações de prevenção, educação ambiental, além do acompanhamento de manejo de fogo e realização de aceiro (faixa de terra sem vegetação) em áreas críticas. “Todas essas providências são tomadas nos meses que antecedem o período de seca a cada ano. Porém, existem circunstâncias que fogem do nosso controle. E o ano passado foi muito difícil, com uma série de fatores que confluíram para os incêndios, como baixa umidade e calor, por exemplo. Realmente, 2024 foi um ano difícil, mesmo com as medidas preventivas”, afirma.
Medidas preventivas e de conscientização da população contribuem para a redução de incêndios florestais neste ano, segundo a Operação Verde Vivo | Foto: CBMDF
O trabalho de combate a incêndios florestais tem feito vítimas em várias partes do mundo, como na Califórnia, Estados Unidos, e também, este ano, na Espanha, onde dois bombeiros sofreram graves queimaduras e acabaram falecendo. Em Brasília, dois funcionários do IBGE também morreram carbonizados quando tentavam apagar o fogo na Reserva da entidade, próxima ao Jardim Botânico.
Manoel José de Souza Neto e Valmir de Souza e Silva, ambos com 65 anos, servidores do IBGE, morreram carbonizados em um incêndio florestal em frente a Reserva Ecológica do IBGE, em Brasília, na tarde de 29 de julho. (Foto: IBGE)
De acordo com a PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal), a equipe localizou o primeiro corpo em uma área rural próxima à rodovia BR-251. A Polícia constatou que a vítima combatia um incêndio no local e que havia outro homem desaparecido. Durante o deslocamento da equipe de plantão, a segunda vítima foi encontrada. A PCDF ainda disse que havia muita fumaça no ambiente e resquícios de incêndio. Além disso, o Corpo de Bombeiros combatia as chamas no local.
UELLINTON LOPES DOS SANTOS
No ano passado, o brigadista do Distrito Federal, Uellinton Lopes dos Santos, também morreu carbonizado enquanto combatia fogo na região do Xingu.
Uellinton amava a natureza. Ele só queria salvá-la e fazer o bem. Uellinton defendia a florestas, as aves, as onças, as águas e as flores. Que o exemplo de sua garra e de suas lutas brotem nos corações de todos como a vida brota a cada Primavera.