DIA DA ÁRVORE E PRIMAVERA 1

PRIMAVERE-SE!

1 de setembro de 2025

SETEMBRO É O MÊS DAS ÁRVORES E DA PRIMAVERA

Silvestre Gorgulho

 “Aprendi com as primaveras a deixar-me 

cortar e a voltar sempre inteira”.

Cecília Meireles

A ordem universal é um ciclo contínuo de renovação da vida. Primavere-se! Chegou setembro, o mês que se comemora o Dia da Árvore e a Primavera no Hemisfério Sul. Em setembro, a natureza se veste de cores. É tempo de reflexão sobre o papel das árvores na vida do Planeta Terra. A fauna e a flora são símbolos vivos de natureza exuberante, de alegria, beleza e harmonia universal. Sem árvores, a natureza empobrece. Sem floresta, não há água, não há fauna e não há vida.

BRASÍLIA tem uma característica especial na arborização urbana: a cidade está no coração do Cerrado e tem uma sinergia de cores. Mais do que diferentes espécies de flores durante todo o ano, em Brasília existe um equilíbrio e uma harmonia de tonalidades combinadas, de acordo com as quatro estações do ano. Em setembro, a floração dos ipês amarelos explode em beleza arrebatadora. E, logo depois, novembro e dezembro, vêm os ipês brancos, as sibipirunas e os cambuís.

O Dia da Árvore tem no mundo inteiro uma comemoração tradicional. Sem árvores, a natureza empobrece. Sem floresta, não há água, não há fauna e a vida entra em colapso. Em diversos países e nas mais variadas culturas há um respeito e até adoração por algumas espécies de árvores.

No que diz respeito às comemorações, as datas podem variar, mas o sentido da preservação e da valorização da flora é uma realidade. Sempre na busca de conscientizar as gerações para proteger um elemento essencial na manutenção da vida.

A árvore oferece ao ser humano um caleidoscópio de serventias: ela é alimento, é matéria-prima para construção de sua morada, dela se retira substâncias químicas, óleos e medicamentos para um viver saudável, ela melhora o clima, protege os mananciais, evita erosões e oferece sua sombra.

Sem árvore, não há água, não há animais e não há equilíbrio ecológico. Não há vida. Como num ritual, são as folhas das árvores que alimentam a terra e suas raízes que sustentam e preservam o solo.

HISTÓRICO NO BRASIL

Até 1965, o Brasil sempre fez a festa anual da árvore no dia 21 de setembro, que marca o início da Primavera. Era comemoração nacional. A partir de fevereiro de 1965, o então presidente Castelo Branco, primeiro governo militar, sancionou o decreto-lei 55.795, que separou as comemorações.

No Centro-Sul, o Dia da Árvore continua em 21 de setembro. Mas no Norte e Nordeste, a festa da árvore passou a ser na última semana de março. Motivo: é justamente o período de início das chuvas e, portanto, propício ao plantio de sementes.

E o que acontece hoje, cinco décadas depois? Prefeitos, professores e alunos do Norte e Nordeste ainda insistem em comemorar o Dia da Árvore em 21 de setembro, contrariando o dispositivo legal. Por quê? Porque a mídia e os livros didáticos, ao referendar pura e simplesmente o 21 de setembro como o Dia da Árvore, contribuem muito para aumentar essa desinformação.

DESMATAMENTO

O GRANDE CRIME CONTRA AS FLORESTAS

De um lado, prefeituras, escolas e entidades diversas fazem as comemorações e homenagens às árvores. De outro, existe a ganância e as agressões com desmatamentos, queimadas e incêndios florestais. As regiões da Amazônia, do Cerrado e da Floresta Atlântica continuam sendo derrubadas numa velocidade incrível. Outras áreas de floresta tropical sofrem do mesmo impacto. O Cerrado e Caatinga da região da Serra Vermelha, no Piauí, considerada uma das regiões com maior biodiversidade do Nordeste, segundo pesquisas do Museu de Zoologia da USP, é outra floresta que está virando carvão.

Muitas florestas pelo Cerrado e Amazônia continuam sendo alvo de destruição por empresários que estão transformando a vegetação em carvão vegetal, pastagens ou plantações de soja. Sem a sustentabilidade necessária. Sai governo e entra governo e os crimes ambientais não param.