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Animais vítimas de tráfico de fauna retornam ao habitat, na Bahia

13 de outubro de 2025

Aves e répteis tinham sido apreendidos numa operação de comércio ilegal de fauna silvestre no Rio de Janeiro (RJ), em setembro

Assessoria de Comunicação Social do Ibama

Iguana foi um dos animais transportados do Rio para a Bahia – Foto: Divulgação/Ibama

Brasília/DF (10/10/2025) – Nesta semana, 148 jabutis-piranga que haviam sido apreendidos em uma ampla operação contra o tráfico de animais silvestres no Rio de Janeiro (RJ) retornaram ao habitat da espécie, na Bahia. Eles foram levados para soltura na Caatinga por servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que atuam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Seropédica (RJ). 

Durante o processo de reabilitação no Cetas, os jabutis foram acompanhados por equipe multidisciplinar formada por médicos veterinários, biólogos e técnicos. Em menos de três semanas, os espécimes recuperaram o peso e boas condições de saúde antes de serem devolvidos à natureza, em Vitória da Conquista (BA). 

Os jabutis-piranga (Chelonoidis carbonaria) são comuns nas matas brasileiras, desde o Nordeste até o Sudeste, principalmente em biomas de baixo relevo e pouca umidade. A espécie apresenta casco com placas amareladas e escamas vermelhas na cabeça e nas pernas. São onívoros, alimentando-se de flores, frutos, folhagens e insetos.

Além dos jabutis, a equipe do Cetas Seropédica transportou três espécies típicas da Mata Atlântica: uma iguana (Iguana iguana), réptil de coloração verde ou acinzentada com longa cauda; dois corrupiões (Icterus jamacaii), ave com canto melodioso, capaz de imitar cantos de outras aves; e 48 galos-de-campina (Paroaria dominicana), pássaro com plumagem vermelha, cinza, branca e negra, também conhecido como cardeal-do-nordeste. Esses espécimes foram soltos em Porto Seguro, no litoral baiano.

Corrupiões e galos-de-campina foram libertados na Mata Atlântica – Foto: Divulgação/IbamaOperação apreendeu mais de 700 animais

Na operação de fiscalização, deflagrada em 16 de setembro, 47 pessoas foram presas e mais de 700 animais foram apreendidos e levados a centros de reabilitação, dentre eles o Cetas Seropédica, do Ibama. Muitos dos espécimes estavam abaixo do peso e doentes. A organização criminosa capturava os animais diretamente de seus habitats em Minas Gerais e em estados do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste do país.

A estimativa da Polícia Civil do Rio de Janeiro é que a quadrilha envolvida tenha movimentado mais de R$ 5 milhões em apenas um ano. “Vale ressaltar que, nesse tipo de situação, não é somente os traficantes que cometem crimes. Quem compra animal silvestre sem documentação legal contribui para essa atividade ilícita, podendo responder pelo crime de receptação”, alerta o superintendente do Ibama no Rio de Janeiro, Rogério Rocco.