Além dos prontos-socorros dos hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), o Distrito Federal conta com um serviço especializado que atua na linha de frente das emergências toxicológicas: o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do DF (CIATox). Integrado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Secretaria de Saúde, o centro funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano, prestando orientações por telefone a profissionais de saúde e à população em casos de intoxicação por medicamentos, produtos químicos, agrotóxicos, drogas ilícitas e acidentes com animais peçonhentos ou plantas tóxicas.
O CIATox pode ser acionado pelos números (61) 99288-9358 ou 0800 644 6774. O atendimento é exclusivamente telefônico — não presencial — e visa orientar condutas imediatas à população até a chegada ao serviço de saúde e orientações clínicas de conduta aos profissionais assistentes. “Nosso papel é oferecer informações rápidas e seguras sobre o manejo inicial de intoxicações. Mas é importante reforçar que o CIATox não substitui o atendimento clínico. Em casos graves, o paciente deve procurar imediatamente o pronto-socorro mais próximo”, explica a farmacêutica Sandra Márcia, integrante da equipe do centro.
Segundo a profissional, o maior número de ocorrências envolve crianças intoxicadas por medicamentos e produtos de limpeza. “Grande parte das intoxicações acontece dentro de casa, e na maioria das vezes pode ser evitada. É fundamental manter produtos químicos, venenos e remédios fora do alcance das crianças e nunca associar o medicamento a algo ‘docinho’ ou ‘gostoso’, porque isso estimula o consumo acidental”, orienta.
Atendimentos
De acordo com dados do CIATox-DF, o centro registrou 26.838 atendimentos por intoxicação entre 2019 e junho de 2025. O número de casos cresceu de 2.654 em 2020 para 4.714 em 2024, um aumento de 77%. Apenas em 2025, até junho, já foram contabilizados 2.616 registros.
Nas últimas semanas, o centro também registrou aumento nas ligações de pessoas em busca de informações sobre intoxicações por metanol, após a divulgação de casos suspeitos no país. “Nem todas as ligações são de pacientes intoxicados, mas houve, sim, maior procura por esclarecimentos”, afirma Sandra. Em situações de suspeita, a recomendação é procurar imediatamente atendimento médico. “O diagnóstico e o tratamento precoces aumentam muito as chances de recuperação. A orientação sempre é ir ao hospital e deixar que o médico entre em contato conosco para seguirmos o protocolo de orientações específico”, acrescenta.