PRÉ-COP30

Marina Silva defende que COP30 traga caminho para implementar transição energética

15 de outubro de 2025

Na Pré-COP, ministra destacou que processo deve ser guiado pelas decisões do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, pactuadas na COP28 em Dubai

Assessoria Especial de Comunicação Social do MMA

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Ministra Marina Silva discursa na abertura da plenária “Implementando o Balanço Global: Transições Energéticas” na Pré-COP, em Brasília. – Foto: Rogério Cassimiro/MMA

A implementação de uma rota para alavancar a transição energética, de maneira justa e planejada, foi destacada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, nesta terça-feira (14/10), durante a abertura do segundo dia da Reunião Ministerial Preparatória da 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Pré-COP30), realizada em Brasília (DF).

Para alavancar o cumprimento dessa “desafiadora jornada”, a ministra defendeu que a COP30 traga resultados que vão além dos itens incluídos na pauta formal de negociação, “agregando ambição e inovação”. Como exemplo, citou o compromisso do Brasil para zerar o desmatamento até 2030, considerada uma das medidas nacionais mais importantes para enfrentar a mudança do clima, já que a mudança do uso da terra, que inclui sobretudo o desmatamento, é responsável pela maior fatia de emissões de gases de efeito estufa no país.

“Isso só se tornou possível porque, em 2003, o presidente Lula decidiu construir um plano consistente que foi capaz de reduzir o desmatamento de forma significativa”, pontuou Marina Silva.

A ministra refletiu sobre a possibilidade de cada nação, orientada por critérios globalmente consensuados, como as metas nacionais de redução de emissões sob o Acordo de Paris (as chamadas NDCs), e de acordo com suas particularidades e capacidades, planejar seu próprio mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis e do desmatamento.

Em sua avaliação, a COP30 poderá “ajudar a trilhar nessa direção”. “É um objetivo ambicioso, mas à altura do desafio de transformar nossos modelos de desenvolvimento antes que sejamos mudados pelas circunstâncias que já estão nos afetando” enfatizou, referindo-se aos impactos já causados pela emergência climática.

A adoção desse caminho foi estabelecida pelo parágrafo 28 do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, concluído da COP28, em Dubai. Foi a primeira vez que o tema alcançou consenso entre as nações participantes da conferência. “Esse avanço é histórico. Até a COP28, decisões anteriores evitavam mencionar direta e claramente essa necessidade”, lembrou a ministra.

Além do fim do uso dos combustíveis fósseis, o Balanço Global traz os compromissos de triplicar a energia renovável, dobrar a eficiência energética, reduzir emissões de outros gases além do CO₂, como o metano, e remover CO₂ da atmosfera, sobretudo com soluções baseadas na natureza.

Marina Silva enfatizou que a transformação atende um chamado da sociedade manifestado nos seis Diálogos Regionais do Balanço Ético Global (BEG), realizados em todos os continentes. “Essa mensagem foi clara, recorrente e enfática. É fundamental priorizar tanto os sintomas quanto as causas da mudança do clima”, declarou.

A sessão teve ainda com a participação do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago;  da diretora-executiva da conferência, Ana Toni; e do secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Maurício Lyrio.

Acesse aqui o discurso da ministra na abertura da plenária “Implementando o Balanço Global: Transições Energéticas” na Pré-COP