Meio Ambiente

Em visita a Unidades de Conservação federais no Pará, presidente Lula escuta reivindicações e anuncia novos serviços

4 de novembro de 2025

Em territórios sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o presidente reafirmou compromisso com políticas públicas para povos indígenas e populações tradicionais

ICMBio

A visita antecede a COP30, que começa este mês em Belém (PA) – Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou neste domingo, 2 de novembro, comunidades tradicionais localizadas em duas Unidades de Conservação (UCs) federais de uso sustentável: a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e a Floresta Nacional do Tapajós, ambas no oeste do Pará. A visita contou com a presença das ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas), além dp presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, órgão responsável pela gestão dessas áreas protegidas. 

Durante a visita, Lula destacou a importância de conhecer de perto a realidade dos povos da floresta. “A gente tem que ver com os próprios olhos e pegar na mão das pessoas para sentir como é que as crianças estudam, como vivem e o que produzem. É assim que o governo entende de verdade o Brasil”, afirmou. 

O presidente do ICMBio, Mauro Pires, que acompanhou toda a agenda, ressaltou o papel estratégico das UCs na conservação da Amazônia e na valorização das populações que vivem nesses territórios. “Essas comunidades são guardiãs da floresta e protagonistas da conservação. O ICMBio trabalha junto com elas para garantir que o uso sustentável traga qualidade de vida e preserve o patrimônio natural do país”, destacou Pires. 

Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns 

Na Aldeia Vista Alegre do Capixauã, território do povo Kumaruara, Lula participou de uma roda de conversa com lideranças locais e ouviu reivindicações voltadas à melhoria de serviços públicos nas áreas de saúde, educação, habitação e segurança energética. O presidente anunciou medidas de ampliação do atendimento de programas federais, incluindo a construção de um centro de saúde equipado, transporte adequado e reforço da presença de profissionais especializados. 

Criada em 1998, a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns abrange cerca de 647 mil hectares nos municípios de Santarém e Aveiro (PA), onde vivem aproximadamente 13 mil pessoas distribuídas em 98 comunidades e aldeias. O território é administrado localmente pela Organização dos Moradores e Associações da Resex, em parceria com o Instituto. 

A Reserva é símbolo da luta e resistência das comunidades amazônicas e hoje é referência em gestão participativa e economia sustentável, com iniciativas de turismo comunitário, artesanato e produção extrativista. 

Na região, estão em execução programas federais como o Bolsa Verde, o Programa Cisternas (com mais de 700 tecnologias sendo implantadas) e o Programa Nacional de Habitação Rural, que fortalecem a permanência e o bem-estar das populações tradicionais. 

Floresta Nacional do Tapajós 

A comitiva também visitou a Comunidade de Jamaraquá, na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, unidade criada em 1974. Com cerca de 500 mil hectares, a Flona abriga 5 mil moradores distribuídos em 25 comunidades tradicionais e três aldeias indígenas, que praticam o uso sustentável dos recursos naturais. 

Em Jamaraquá, o presidente conheceu experiências bem-sucedidas de bioeconomia e ecoturismo de base comunitária, incluindo a produção de biojoias de látex, trilhas e hospedagem comunitária, além do manejo florestal comunitário conduzido pela COOMFLONA, uma das maiores iniciativas do tipo no país. 

A comunidade é atendida por programas federais como o Bolsa Verde (600 famílias beneficiadas), Bolsa Verde Assistência Técnica (844 famílias), Luz para Todos e o Programa Nacional de Habitação Rural, que reforçam o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida das famílias que vivem na floresta. 

Compromisso com a conservação e as comunidades 

A ministra Marina Silva agradeceu ao presidente da República pela criação do ICMBio há 18 anos atrás e destacou a importância das UCs na redução do desmatamento. “Aqui se preserva 88% da floresta. É a prova de que é possível ter gente, produzir e conservar. Nas unidades de conservação, conseguimos reduzir o desmatamento em 31% em relação ao ano passado e 74% em relação ao governo anterior. Isso é resultado de muito trabalho sob a liderança do presidente Lula”, disse. 

Com a visita, o governo brasileiro reforçou o compromisso com a gestão integrada entre conservação ambiental e desenvolvimento social, pilar central da preparação do Brasil para sediar a COP30 neste mês, Conferência a qual o ICMBio integra a programação. 

Com informações do Palácio do Planalto