COP30

Mangue, ciência e tradição: ICMBio promove visita à Resex Mãe Grande do Curuçá durante a COP30

19 de novembro de 2025

As visitas, realizadas com jornalistas e parceiros institucionais, apresentaram o manejo comunitário de ostras na Resex como evidência viva de que a conservação da Amazônia pode gerar renda e fortalecer modos de vida tradicionais

ICMBio

Os bancos naturais de ostras da costa paraense são fonte de sustento para diversas famílias – Foto: Geylson Paiva/ICMBio

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveu, como parte de sua programação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), duas visitas à Reserva Extrativista (Resex) Mãe Grande do Curuçá (PA). As atividades ocorreram nos dias 14 e 16 de novembro e tiveram como objetivo apresentar, na prática, como a conservação da sociobiodiversidade pode ser alinhada à valorização das comunidades tradicionais e à geração de renda sustentável. 

A primeira visita, na sexta-feira (14), foi destinada a jornalistas, que puderam aprofundar a compreensão sobre os trabalhos do Instituto Chico Mendes. A segunda, no domingo (16), foi direcionada a organizações parceiras, incluindo membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), responsável pela organização da COP. 

A Rare Conservation, organização internacional de conservação e desenvolvimento, foi parceira na realização das visitas. 

Em ambas as ocasiões, os participantes conheceram o trabalho da Associação de Aquicultores da Vila Lauro Sodré (Aquavila), reconhecida pela produção sustentável de ostras. No Rio Iririteua, puderam acompanhar o processo de coleta, manejo e triagem das ostras, culminando na degustação do produto. 

“Retiramos o nosso sustento preservando a natureza, as pessoas podem ver com os próprios olhos a nossa técnica de cultivo de ostras para o mercado consumidor, desde a “semente” até o tamanho comercial, destaca José Galvão, gestor comunitário da Aquavila e morador da Resex. 

José Galvão detalha o trabalho de manejo – Geylson Paiva/ICMBio

A técnica adotada pelos aquicultores amplia a capacidade do cultivo de “sementes”, assegurando um aproveitamento de mais de 90% da produção, ante 50% geralmente entregue pelos métodos convencionalmente utilizados. 

Durante a visita, os grupos também foram apresentados a processos e programas da autarquia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Atualmente, das 344 Unidades de Conservação gerenciadas pelo Instituto, 134 estão em território amazônico. 

“É importante que conheçam a região das nossas 14 Resex, o processo produtivo das comunidades e o trabalho de gestão do ICMBio, com dados de monitoramento e com a oferta de políticas públicas, justamente para que estas comunidades possam crescer e nos ajudar com a conservação ambiental destas unidades de conservação”, destaca Willian Fernandes, coordenador territorial de Belém pelo ICMBio. 

“Com as nações e instituições parceiras é a oportunidade deles verem na prática o empenho dos recursos, a gestão dos territórios, a conservação da biodiversidade e do bioma Amazônia sendo constatada”, observa Mauro Pires, presidente do ICMBio, que participou da segunda visita. 

Criada em 2002, a Resex Mãe Grande do Curuçá possui mais de 36 mil hectares e está localizada no Salgado Paraense. Cerca de 1.800 famílias vivem na região, manejando, além das ostras, outras cadeias produtivas como pescado e mariscos. 

Visita técnica dos apoiadores – Geylson Paiva/ICMBio Visita técnica dos apoiadores – Geylson Paiva/ICMBio