Convenção

Brasil protagoniza proteção de tubarões e raias na COP20 da CITES

15 de dezembro de 2025

Atuação técnica do ICMBio impulsiona maior expansão de salvaguardas internacionais para espécies marinhas. País apoiou medidas que incluem mais de 70 espécies de tubarões e raias na Convenção

Comunicação ICMBio com informações do CEPSUL

O tubarão-lixa é considerado quase ameaçados no Oceano Atlântico Ocidental por causa de sua situação vulnerável na América do Sul. Foto:Athila Bertoncini

O ICMBio celebra os resultados alcançados na 20ª Conferência das Partes (COP20) da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), realizada em Samarcanda, no Uzbequistão. O Brasil, por meio de seus órgãos de relação exterior, ambientais e colaboradores de organizações não governamentais e instituições de pesquisa, desempenhou um papel de destaque ao apresentar e apoiar propostas cruciais que resultaram na maior expansão de proteção internacional para tubarões e raias na Convenção.  

A delegação brasileira, com o apoio técnico-científico do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (CEPSUL/ICMBio) e da Coordenação-Geral de Estratégias para Conservação (CGCON/DIBIO/ICMBio), demonstrou o compromisso do país com a conservação marinha.  

As propostas aprovadas representam um passo decisivo no enfrentamento da crise de conservação que atinge mais de 37% das espécies de tubarões e raias ameaçadas de extinção globalmente. O comércio internacional desregulado, impulsionado pela demanda por nadadeiras, carne e outros produtos, é um dos principais vetores da sobrepesca e do declínio populacional desses animais vitais para a saúde dos oceanos.  

Principais resultados apoiados pelo Brasil  

O Brasil foi proponente da inclusão de espécies de tubarões do gênero Mustelus (caçonetes, cação-cola-fina, canejo), com especial referência a M. mustelus e M. schmitti, e Galeorhinus galeus (cação-bico-de-cristal, cação-bico-doce) no Apêndice II da CITES. Essa inclusão não proíbe o comércio, mas o regula rigorosamente, exigindo licenças de exportação/importação entre as partes da Convenção, com a comprovação de que a extração na natureza não é prejudicial à sobrevivência de suas populações.  

Além da sua proposta, o país apoiou ou foi co-proponente de um pacote de medidas que, no total, adiciona mais de 70 espécies de tubarões e raias a diferentes níveis de proteção na Convenção.  

A delegação do ICMBio compôs a delegação brasileira na COP. Foto: Isaac Simão

Importância para o ICMBio e o PAN Tubarões  

Roberta dos Santos, do CEPSUL, é coordenadora do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação dos Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção, e colaborou com a elaboração das proposições do Brasil. “Com 39% de suas espécies ameaçadas, o Brasil é um país prioritário para a conservação de elasmobrânquios. Essas decisões internacionais reforçam o trabalho de conservação já desenvolvido pelo ICMBio no Brasil, com destaque para a implementação do PAN Tubarões, que está em seu 2° Ciclo e tem ações para inserção de espécies nas diferentes convenções internacionais das quais o Brasil é parte”, destaca.  

A atuação brasileira na COP20 da CITES demonstra que o país é um ator chave na governança global da biodiversidade, transformando dados científicos em políticas públicas internacionais eficazes para a proteção da vida marinha. O ICMBio reitera seu compromisso com a ciência e a conservação, trabalhando incansavelmente para reverter situações críticas que levam ao declínio das populações de espécies marinhas no Brasil. 

Comunicação ICMBio com informações do CEPSUL