Ibama publica dados de comercialização de agrotóxicos de 2024
18 de dezembro de 2025Glifosato continua em 1º lugar; cresceu a venda de bioinsumos; mais de 50% dos produtos registrados não foram comercializados
Foto do Projeto piloto de monitoramento de agrotóxicos em matrizes ambientais – Foto: Divulgação/Ibama
Brasília/DF (18/12/2025) – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou, em seu sítio eletrônico, os Boletins de Comercialização de Agrotóxicos e Bioinsumos referentes ao ano de 2024.
Os arquivos publicados dividem-se em dois conjuntos: de Agrotóxicos químicos e bioquímicos e de Semioquímicos e microbiológicos. O primeiro conjunto inclui os dados de ingredientes ativos mais vendidos; de produção, importação, exportação e vendas; vendas por classe de periculosidade ambiental; vendas por classe de uso; vendas por Unidade da Federação (UF); vendas por regiões e UF; e vendas por classe de uso e UF.
O segundo grupo de arquivos, dos Semioquímicos e microbiológicos, informa sobre produção, importação, exportação e vendas; e vendas por UF.
Os dados estão disponíveis na página Relatórios de comercialização de agrotóxicos.
Boletim de Comercialização de Agrotóxicos 2024
Em 2024, o Ibama recebeu 7.358 relatórios autodeclaratórios, enviados por 289 empresas detentoras de registro de produtos agrotóxicos e referenciando 6.100 diferentes marcas comerciais.
Do total, 64,6% se referiram a produtos formulados, enquanto os outros 35,4% corresponderam a produtos técnicos. O panorama geral de comercialização mostrou aumento nas vendas de agrotóxicos químicos, sobretudo de produtos técnicos, impulsionados também por um crescimento expressivo nas importações.
Ranking dos Ingredientes Ativos mais vendidos
O ranking dos dez ingredientes ativos de agrotóxicos mais vendidos em 2024 manteve o glifosato e seus sais na primeira posição, com 231,9 mil toneladas comercializadas, embora tenha havido redução em relação a 2023.
O mancozebe subiu para a segunda colocação, com aumento significativo de 52,3 mil para 75,1 mil toneladas, seguido pelo 2,4-D e pelo acefato, que mantiveram posições semelhantes e apresentaram crescimento em quantidade.
Entre as mudanças mais relevantes, destacam-se a ascensão do glufosinato – sal de amônio, que passou da oitava para a sexta posição, e a entrada do cletodim no décimo lugar, substituindo o dibrometo de diquate.
Bioinsumos tiveram crescimento
Os Boletins evidenciaram, ainda, um crescimento expressivo na produção e na comercialização de bioinsumos, puxado pelo aumento nas vendas de produtos formulados a partir de agentes microbiológicos de controle.
Os Boletins de Bioinsumos foram reorganizados conforme a Lei 15.070/2024, e os resultados foram apresentados em quatro subcategorias de produtos: agentes biológicos e agentes microbiológicos de controle, produtos bioquímicos e produtos semioquímicos.
As informações sobre os produtos bioquímicos foram, portanto, desvinculadas dos relatórios de comercialização de agrotóxicos químicos, onde eram previamente agrupadas.
Produtos registrados sem comercialização
Quanto à dinâmica da comercialização de agrotóxicos e bioinsumos no Brasil, observa-se que 58,6% das marcas comerciais de agrotóxicos químicos registradas e 13,6% dos ingredientes ativos não foram comercializados em 2024. Além disso, 47 empresas mantêm registros de agrotóxicos químicos válidos sem qualquer atividade comercial.
Embora os Boletins apresentem uma visão abrangente do setor, algumas limitações devem ser consideradas. Os dados são autodeclaratórios pelas empresas titulares de registro e, em observância à legislação sobre proteção comercial e industrial, informações sobre estoques não são divulgadas. Eventuais inconsistências também podem ser identificadas posteriormente, com possibilidade de retificação dos dados.
Assessoria de Comunicação Social

