Folha do Meio Ambiente

Será fundada na próxima terça-feira (2/12), em Brasília, a Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Um dos objetivos da associação é divulgar as atividades do setor, de extrema importância para a economia do país, e conscientizar a opinião pública de que a plantação de florestas não pode ser confundida com devastação do meio ambiente. A cadeia produtiva da silvicultura gera hoje cerca de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos.

Plantar é o melhor caminho para proteger as matas nativas, como a Mata Atlântica. A maior parte das empresas filiadas à nova associação possui ou está em processo de obter a certificação de comprometimento com o meio ambiente”, afirma Marcílio Caron Neto, já escolhido vice-presidente da Abraf. A Forest Stewardship Council (FSC), que emite o certificado de compromisso ambiental, faz três exigências básicas às empresas: ser socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente correta.

Mas este não é o único objetivo da nova associação. Outra meta é manter a população rural no campo. “O êxodo rural causa muitos problemas sociais nas grandes cidades. A favelização, a falta de atendimento à saúde e à educação são alguns deles, que acabam por levar ao aumento da violência. O caso ocorrido na cidade de Embu-Guaçu, em São Paulo, é apenas um dos exemplos deste problema”, afirma o vice-presidente da Abraf.

A estratégia para combater o êxodo rural é incentivar projetos de fomento florestal também entre os pequenos produtores, o que já vem sendo feito por algumas empresas. “As florestas plantadas representam uma fonte sustentável de produção de madeira industrial, preservando florestas nativas e garantindo renda extra para pequenos e médios produtores rurais, além de contribuírem para o desenvolvimento de áreas marginalizadas social e economicamente” explica Caron Neto.

Cerca de 30% da área total do planeta é coberta por florestas, sendo 5% de florestas plantadas. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), no Brasil esse percentual é de 0,92%. Os dirigentes da associação acreditam que é necessário adequar o Código Florestal Brasileiro e garantir a adoção de políticas de financiamento de longo prazo.