Greenpeace e comunitários pedem proteção em Brasília

3 de dezembro de 2003

Em reunião com o deputado federal Sarney Filho (PV-MA), o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pediu à Polícia Federal que tome medidas imediatas para conter os conflitos que estão se acirrando no sudoeste do Pará desde a última semana. Madeireiros e lideranças políticas estão fazendo ameaças ao trabalho de fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro… Ver artigo

Em reunião com o deputado federal Sarney Filho (PV-MA), o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pediu à Polícia Federal que tome medidas imediatas para conter os conflitos que estão se acirrando no sudoeste do Pará desde a última semana. Madeireiros e lideranças políticas estão fazendo ameaças ao trabalho de fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), e à presença do Greenpeace na região. A organização apóia a luta das comunidades pela criação da Reserva Extrativista Verde Para Sempre, que beneficiará milhares de ribeirinhos. Representantes do Greenpeace e lideranças comunitárias paraenses estão hoje em Brasília (DF) para pedir o apoio do governo, deputados, senadores e Polícia Federal.


Um dos coordenadores da Campanha da Amazônia do Greenpeace, Nilo D’Ávila, até o momento já conversou com a senadora Ana Júlia (PT-PA) e o deputado federal Sarney Filho (PV-MA). Em plenária, o deputado fez o requerimento para que seja criada uma comissão da Câmara, que se dirija ao local dos conflitos e tome providências para solucioná-los. Um encontro com o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA) está programado para esta tarde.


Mais cedo, o Greenpeace protocolou uma carta destinada ao Ministro da Justiça, pedindo garantias de vida à tripulação do navio, às lideranças comunitárias e aos próprios agentes do governo que trabalham na região sob constante ameaça.


O presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Porto de Moz (PA), Idalino Nunes de Assis, depôs na PF da capital federal sobre as ameaças que vem sofrendo por parte dos madeireiros.


Desde 24 de outubro o barco do Greenpeace MV Arctic Sunrise está em expedição no Pará, para denunciar a exploração ilegal da floresta e apoiar a luta das comunidades locais por um desenvovimento sustentável. No dia 3 de novembro, a organização lançou o relatório Pará: Estado de conflito, que denuncia a violência, a grilagem de terras e o trabalho escravo que caracterizam a exploração ilegal da floresta amazônica.