Floresta fala de comércio internacional em Encontro dos Partidos Verdes Europeus
3 de dezembro de 2003Convidado para representar o Partido dos Trabalhadores no Encontro dos Partidos Verdes Europeus, em Paris, o deputado e secretário Nacional de Meio Ambiente do PT, Chico Floresta, abriu seu discurso sobre comércio internacional lembrando que o governo Lula não dissociará o crescimento econômico da sustentabilidade social. Para ele, a construção de regras mais justas e… Ver artigo
Convidado para representar o Partido dos Trabalhadores no Encontro dos Partidos Verdes Europeus, em Paris, o deputado e secretário Nacional de Meio Ambiente do PT, Chico Floresta, abriu seu discurso sobre comércio internacional lembrando que o governo Lula não dissociará o crescimento econômico da sustentabilidade social. Para ele, a construção de regras mais justas e equilibradas fazem parte de uma luta difícil para o Brasil e outros países em desenvolvimento. “Queremos fazer do comércio e da liberalização comercial instrumentos de mudança social. O comércio precisa ser uma ferramenta não apenas para a gestação de riqueza, mas também para a sua distribuição de maneira mais eqüitativa”, destacou o secretário.
No evento, no qual também participou o deputado federal Fernando Gabeira (sem partido – RJ), Floresta questionou a chamada “Rodada do Desenvolvimento”, o atual momento de negociações da OMC. Apesar de avaliar essa iniciativa como uma oportunidade de se construir um mundo melhor, o deputado reforçou que as preocupações e os objetivos de desenvolvimento precisam ser efetivamente incorporados nos acordos da Organização, desde que não privilegie apenas as necessidades dos países desenvolvidos, considerando também o mundo em desenvolvimento.
Os subsídios agrícolas dos países ricos também foi destacado. Floresta avaliou que além de distorcerem o comércio, tornam-se esquemas de aliciamento, não contribuem para o aumento da produtividade e geração de riqueza, principalmente nos países mais pobres e em desenvolvimento. Atualmente, cerca de 63% dos agricultores mundiais são de países em desenvolvimento (o chamado G21) e, por isso, nenhuma outra questão das negociações desta rodada produzirá impacto comparável com aquele que a reforma na agricultura pode ter na redução da pobreza e na promoção do desenvolvimento.
No encerramento, Floresta considerou que o comércio internacional pode ser um excelente motor para promover a sustentabilidade ambiental. Segundo ele, embora o tema seja muito sensível para a maioria dos países em desenvolvimento, o Governo brasileiro poderia conviver com uma extensão das normas de comércio para a área de meio ambiente. “É nossa prioridade continuar trabalhando na busca de regras mais equilibradas em matéria ambiental. Além disso, somos favoráveis à liberalização comercial quando dela resultar a criação de empregos, taxas mais elevadas de crescimento econômico, possibilitando a melhoria das condições de vida de milhares de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. E um melhor ambiente para todos”, apostou o secretário do PT.