Queimadas

Tocantins repensa ações de combate às queimadas

29 de janeiro de 2004

Repensar todas as ações de prevenção e combate às queimadas. Esta é a primeira medida da Coordenadoria de Monitoramento Ambiental do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) que comanda o Comitê Estadual de Combate às Queimadas. Reuniões para redimensionar todo o trabalho do comitê já estão sendo realizadas, desde a verificação de que o Tocantins não… Ver artigo

Repensar todas as ações de prevenção e combate às queimadas. Esta é a primeira medida da Coordenadoria de Monitoramento Ambiental do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) que comanda o Comitê Estadual de Combate às Queimadas. Reuniões para redimensionar todo o trabalho do comitê já estão sendo realizadas, desde a verificação de que o Tocantins não só não conseguiu sua meta de diminuir em 30% o número de queimadas neste ano como ainda subiu de quinto para terceiro lugar no ranking dos estados que mais queimam.


O Tocantins registrou um aumento de 50% no número de focos de calor só no mês de setembro. Em 2001 foram registrados 4.837 focos e no mesmo período deste ano foram detectados 7.329 focos. Nos últimos nove meses foram marcados em todo o país 144.070 focos de calor, sendo que 11.497 estavam no território tocantinense, fazendo com que o estado fechasse o período em terceiro lugar, atrás apenas dos estados do Pará (14.447) e do Mato Grosso (12.929).


Karina Rodrigues, que assumiu a coordenadoria e a presidência do Comitê, explica que não adianta tentar elaborar plano de combate aos focos de calor sem antes fazer uma avaliação profunda das ações que deram certo e, principalmente, das que não surtiram o efeito esperado. “Precisamos repensar todas estas questões, reestruturar as brigadas de combate a incêndios e os projetos de educação ambiental para que consigamos resultados positivos”, diz.


A partir das primeiras avaliações, Karina informou que um ponto já está bem claro: não se consegue prevenir queimadas sem que haja uma participação efetiva das prefeituras. “Percebemos que onde as prefeituras são nossas parceiras, as brigadas conseguiram obter bons resultados e até reduzir os focos de calor”. O municípios tocantinenses com o maior registro de focos de calor foram Formoso do Araguaia (625), Ponte Alta do Tocantins (454), Lagoa da Confusão (419), Paranã (387) e Rio Sono (367). Além de ações que precisam ser revistas, a natureza também contribuiu para o aumento no número de queimadas. O vento forte e o longo período de estiagem são fatores que ajudam a espalhar o fogo, dificultando o combate.


A coordenadora afirma que está sendo feito todo um redimensionamento do trabalho das brigadas, no sentido de que trabalhem em outras áreas durante o período chuvoso. “Temos que envolver estas pessoas em outras ações, inclusive de áreas diferentes para que se mantenham sempre em atividade”. Durante este mês foram realizadas reuniões para envolver as brigadas em ações de combate ao mosquito transmissor da dengue.


Afinado com as decisões da nova coordenadora, o presidente do Naturatins, Isac Braz da Cunha, diz que não adianta fazer previsões aleatórias sobre a redução do número de focos de calor sem que todos os órgãos e entidades envolvidos nesta questão estejam falando uma mesma língua. “Naturatins, Cipama, Ibama, Prevfogo, Proarco, brigadas e prefeituras têm grande interesse em acabar com a prática das queimadas. O que precisamos fazer é colocar na mesa as experiências de cada órgão, fazer uma autocrítica sobre onde estamos errando e só então elaborar um plano realmente eficiente para ser colocado em prática no próximo ano”, sugere.


Para o coordenador regional do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) Raimundo Noleto, o problemas das queimadas, que muitas vezes se transformam em incêndios florestais, é cultural. “Os índios que habitam os parques e reservas continuam utilizando as queimadas para renovar as pastagens e limpar áreas de horta e isto acaba ocasionando incêndios”, informou.


Kairna conclui dizendo que não adianta lamentar o fato do Tocantins ter subido sua posição no triste ranking dos estados que mais queimam. “Precisamos aprender com isto e tomar providências acertadas para mudar esta realidade que traz prejuízos para todos”. À primeira vista, ela prevê que deverão ser intensificadas as ações de conscientização, uma vez que o melhor remédio contra as queimadas é a prevenção. “Também estaremos buscando parcerias mais firmes com as prefeituras, no sentido de reestruturar as brigadas”, acrescentou.


O que está acontecendo com a Terra? Kristina Michahelles responde


Tetê Duche – Rio de Janeiro
O que é efeito estufa? É verdade que as geleiras do mundo estão derretendo? Se o seu filho ainda não perguntou nada sobre estes temas, prepare-se. É verdade que os cientistas ainda estudam soluções para as mudanças climáticas que afetam o planeta, mas as crianças querem respostas para ontem.


Preocupada com essa repercussão no universo mirim, a jornalista Kristina Michahelles acaba de lançar o livro “O que está acontecendo com a Terra?”, editado e distribuído nacionalmente pelas livrarias do IBGE. Voltado para as crianças de sete a nove anos e da escola de nível fundamental, a questão do aquecimento global é abordada em linguagem bem simples. “Se não investirmos na consciência de quem é pequeno agora e ainda não tem a cabeça contaminada por conceitos ultrapassados, o nosso planeta não terá mesmo jeito”, afirma.


Para tornar o assunto mais didático, Kristina contou com o apoio do Centro de Documentação e Disseminação de Informação do IBGE, coordenado por David Wu Tai e com as ilustrações belíssimas de Mariana Massarani. São jogos interativos, decalques, palavras cruzadas, experimentos e desenhos para colorir que ajudam a entender por que os icebergs estão derretendo de um modo mais palatável. A autora acredita que a familiaridade com estes temas, é o que mais importa. “Querer que a criança saia sabendo toda a explicação científica do fenômeno seria uma pretensão. Mais tarde ela forçosamente aprenderá tudo em detalhes, na teoria e na prática”, explica Kristina Michahelles que já começou a escrever o próximo livro. Tema: água. Depois, seguirão outros sobre lixo, energia, e a vida nas cidades grandes. Se depender dela, as perguntas de nossos pequeninos não ficarão sem respostas.
Mais informações 

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