Festival de cinema faz público refletir sobre problemas ambientais

18 de fevereiro de 2004

Goiás, antiga capital do estado de Goiás, promove festival internacional com a participação de 25 países





Nelson Santos



     A proposta dos organizadores do FICA é suscitar a reflexão do público sobre os impactos no meio ambiente decorrentes da falta de políticas e ações para o manejo auto-sustentável dos recursos naturais do planeta, reforçando a necessidade de preservação da fauna, flora e mananciais ainda existentes.


Outra preocupação da organização é a de estimular o debate sobre o nível das produções e mecanismos de financiamento e distribuição dos filmes e vídeos, inclusive para o mercado internacional, com o intuito de aumentar a circulação desses produtos e ampliar o público.


Um exemplo desse empenho foi a realização do I Mercado de Cinema Ambiental, instalado na sede do FICA, no Hotel Vila Boa, onde empresários da Espanha, França, Áustria e Inglaterra mantiveram contato com cineastas e videastas participantes do festival com o objetivo de negociar a veiculação de documentários em televisões da Europa. No velho continente, é comum a formação de parcerias entre realizadores e compradores em festivais de cinema, o que amplia o alcance das produções e aumenta o retorno para cineastas e videastas.


Paralelo a esta primeira edição do I Mercado de Cinema Ambiental, entre diversas atividades, foi realizada uma reunião para discutir o mercado de documentários que tratam da questão ambiental em cinema e vídeo. Durante a reunião, foi lançada a proposta de montar, já na próxima edição do FICA, em 2002, um balcão de projetos, reforçando a proposta de fomentar o mercado de produções sobre meio ambiente no país, facilitando o contato entre os financiadores internacionais e os realizadores.


Pluralidade – Além das produções nacionais, 60 países enviaram trabalhos. A comissão de seleção assistiu a 360 filmes e vídeos, sendo 44 só do estado de Goiás, que vem aumentando sua participação no festival.


Para garantir a pluralidade no FICA, o coordenador geral do festival, João Batista de Andrade, buscou o contato com realizadores de nações cuja produção é quase desconhecida no Brasil. O sucesso do empreendimento resultou na participação de países como Nigéria, Moçambique, Estônia, Papua Nova Guiné, Geórgia, África do Sul, Benin, Botswana, Mali e Egito, entre outros. Cineastas e videastas da Inglaterra, França, Alemanha e Estados Unidos também estiveram representados e são considerados “fregueses da casa”, já que participam desde a primeira edição do festival, em 1999. 


“O FICA é um festival de diversidade, pelo fato de expor a pluralidade da produção hoje no mundo voltada para questões do meio ambiente”, diz João Batista, responsável também pela primeira edição do evento, em 1999. “O festival conquistou credibilidade e hoje está consolidado, nacional e internacionalmente. Por isso, ele não pode parar no tempo e a proposta é sempre buscar inovações”, afirma Andrade.


Essa busca por inovações resultou, inclusive, na variedade de abordagens presentes no festival. O filme The Coconut Revolution, documentário inglês, em média metragem, dirigido por Dom Rotheroe, vencedor na categoria melhor produção, a mais importante da mostra competitiva, relata a vitória de nativos da ilha Bougainville, localizada na Oceania, contra invasores ingleses. O fato inusitado da história é que os nativos utilizaram na luta arcos, flechas e cocos contra as armas de fogo dos inimigos, constituindo-se na primeira revolução ecológica bem sucedida, com o coco no lugar da munição.


“O Sonho de Rose – 10 Anos Depois…”, longa-metragem brasileiro da cineasta Tetê Moraes, foi escolhido o melhor documentário longa-metragem. O vídeo é uma seqüência do documentário “Terra para Rose”, de 1985, em que a videasta registrou a primeira ocupação de terras improdutivas no país, a Fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul, berço do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). 


O documentário de Tetê Moraes é uma sensível radiografia, 10 anos depois, da situação das famílias que fizeram a ocupação da Annoni. Mostra o sucesso da ocupação, os conflitos e conquistas das pessoas que permaneceram na fazenda, daquelas que seguiram o “êxodo” em busca de outras terras e, ainda, de quem voltou pra seu lugar de origem, a cidade grande.






Festival muda rotina da cidade que é patrimônio da humanidade






Nelson Santos



A população goiana participou intensamente da mostra


Durante o FICA, Goiás, antiga capital do estado, fundada em 1727 pelos bandeirantes, deixa de ser a pacata cidade de 27 mil habitantes e passa a abrigar mais de 20 mil visitantes que abarrotam ruas, praças, bares e hospedagens. Os visitantes deixam cerca de R$ 1 milhão nos caixas da cidade, segundo o vereador pelo Partido Verde (PV/GO) Rodrigo Santana.


De acordo com Santana, além de gerar divisas para o município, o festival contribui para a valorização da cidade. “O FICA tem sido importante para Goiás porque permite o acesso do público ao acervo histórico que temos aqui e também por sensibilizar a população com relação ao patrimônio local”, enfatiza o vereador.


No último dia 27 de junho, a Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu a cidade de Goiás como patrimônio da humanidade, em audiência pública, em Paris, França. A proclamação está prevista para novembro, em Helsinque, Finlândia.


 










Cinema, TV & Ecologia

ATENÇÃO!!!!!!!

10 de fevereiro de 2004

Flora e o cineclubismoO cinema está muito bem representado na Secom – o secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégia da Presidência da República, Marcos Flora, é um apaixonado pelo cinema brasileiro. Cineclubista histórico, quando estudava no 2ºgrau, nos fins dos anos 70, foi presidente da Associação Mineira de Cineclubes Secundaristas, época… Ver artigo


Flora e o cineclubismo
O cinema está muito bem representado na Secom – o secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégia da Presidência da República, Marcos Flora, é um apaixonado pelo cinema brasileiro.
Cineclubista histórico, quando estudava no 2ºgrau, nos fins dos anos 70, foi presidente da Associação Mineira de Cineclubes Secundaristas, época em que esteve presente nas mais diversas escolas exibindo e debatendo o melhor do nosso cinema.
Formado em História valoriza o audiovisual como instrumento de formação e divulgação de nosso passado.


Cultura e Meio Ambiente
Os cineastas naturalistas esperam que Orlando Senna, o novo secretário do Audiovisual, pioneiro do cinema ecológico no Brasil, desenvolva ações conjuntas com o Ministério do Meio Ambiente de apoio a projetos cinematográficos ecológicos.
Senna é autor do clássico “Iracema, uma Transa Amazônica”, filme considerado um dos mais importantes do cinema brasileiro.
Não há como negar: o Brasil com sua grande biodiversidade é o maior e mais belo set natural do planeta.
E mais: o cinema naturalista é o que mais cresce no mundo.


O homem pré-histórico brasileiro
Está em produção um documentário ecológico e histórico sobre um grande momento da ciência brasileira que aconteceu em Lagoa Santa, Minas Gerais de 1835 a 1865.
Produzido em HDTV para exibição em Televisão, Vídeo, DVD e Internet, Peter Lund, Brandt, Warming e o homen pré-histórico brasileiro, tem quatro capítulos de 26 minutos cada e em película 35mm para exibição em salas de cinema com 70 minutos de duração.
O primeiro capítulo será sobre O homen pré-histórico brasileiro, o segundo sobre o paleontólogo Peter Lund, o terceiro sobre o pintor norueguês Peter Brandt, e o quarto sobre o botânico dinamarquês/sueco Eugene Warming.
Esse é um fantástico resgate de nossa história.


5º FICA em Goiás
O filme de longa metragem japonês “ALEXEI AND THE SPRING” dirigido por Motohashi Seiichi, e o média indiano “URUMATTRAN” dirigido por B. Sivakumar, são os únicos participantes da Mostra competitiva do V FICA, que serão exibidos em película 35mm.
Infelizmente nenhuma produção brasileira em competição será exibida em película.
Faltou também no V Fica uma oficina sobre Cinema & Ecologia, mas haverá um seminário sobre Jornalismo, Meio Ambiente e TV – com Zuenir Ventura, André Trigueiro e Liana John.
Não perca! De 10 de junho até 15 de junho de 2003 acontece o V Fica, na Cidade de Goiás – GO.
Mais informações: www.fica.art.br


Viagem ambiental por três séculos
Foi lançado em vídeo VHS e DVD o grande vencedor do II Ecocine – Festival Nacional de Cinema e Vídeo Ambiental – o documentário de Chico Faganello, “O Capitão Imaginário”, buscou seu argumento no livro “Ilha de Santa Catarina – Relatos de Viajantes Estrangeiros nos Séculos XVIII e XIX”, de Paulo Berger.
Rodado no litoral catarinense e com algumas cenas feitas em Portugal e Espanha, o vídeo é uma releitura crítica dos textos de navegadores sobre a fauna e a flora do Brasil.
Analítico, sob o ponto de vista da preservação e das transformações próprias impostas pelo tempo, o vídeo instiga no espectador uma postura de consciência ambiental: é possível enxergar, ainda hoje, a Ilha de Santa Catarina com os mesmos olhos deslumbrados dos viajantes de três séculos atrás?

Sustentabilidade na TV
Está em exibição na TV Cultura (SP) a série O Brasil Sustentável.
O objetivo da série é incentivar o debate sobre desenvolvimento sustentável, apontando caminhos que garantam uma melhor qualidade de vida, revelando que é possível produzir, respeitando o meio ambiente.
Os programas da série serão exibidos nos dias 29 de junho e 27 de julho, sempre aos domingos, às 18h30.
O programa do dia 29 de junho fala sobre a importância da biodiversidade como elemento essencial para o equilíbrio do planeta.


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