Estatística ambiental

Brasil pode ser pioneiro em dados ambientais Brasil se candidata na ONU a seguir recomendações da AGENDA 21

20 de fevereiro de 2004

    Destruição da camada de ozônio, emissão de gases do efeito estufa, uso de pesticidas agrícolas, desertificação ou biodiversidade são jargões do Meio Ambiente há décadas incorporados ao vocabulário do povo brasileiro. Entretanto, a população não tem mecanismos para orientar-se e digamos, adotar uma postura ecologicamente correta. Na verdade, a carência é mundial e não… Ver artigo


    Destruição da camada de ozônio, emissão de gases do efeito estufa, uso de pesticidas agrícolas, desertificação ou biodiversidade são jargões do Meio Ambiente há décadas incorporados ao vocabulário do povo brasileiro. Entretanto, a população não tem mecanismos para orientar-se e digamos, adotar uma postura ecologicamente correta. Na verdade, a carência é mundial e não apenas brasileira. Falta às populações do Globo uma rede básica de informações que retrate de modo claro e eficaz, o agravamento de seus problemas ambientais. Pensando nessa necessidade, IBGE lançará até o fim do ano, o primeiro relatório de indicadores de sustentabilidade ambiental do Brasil, criando na sociedade brasileira mecanismos para fortalecer um vínculo de confiabilidade e praticabilidade entre as instituições científicas fornecedoras dessas informações e o usuário desses indicadores de dimensão ambiental. Entendendo-se por indicador o índice de consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio ou a concentração de poluentes atmosféricos em áreas urbanas, ou o uso de fertilizantes na agricultura ou mesmo a concentração de algas em águas costeiras. Serão ao todo 19 indicadores de sustentabilidade ambiental que seguirão as recomendações da Agenda 21 elaborada durante a RIO’92. Essa Rede Básica de Estatísticas Ambientais será compatibilizada aos 59 indicadores (20 sociais, 19 ambientais,14 econômicos e 6 institucionais, que enfocam os seguintes temas: Saúde, Educação Habitação, Segurança, População, Atmosfera, Terra, Oceanos/Mares e Costas, Água, Biodiversidade, Estrutura Econômica, Padrões de Consumo e Produção, Capacidade e Estrutura Institucional. O Brasil se candidatou frente à ONU como país-teste na implantação dessa rede básica de estatísticas ambientais devido ao seu potencial ambiental. O IBGE vai ser o depositário das informações coletadas porque possui agências espalhadas em 500 municípios brasileiros. Além disso, é um dos órgãos públicos federais de maior credibilidade junto à opinião pública do Brasil. Um termo de cooperação técnica assinado entre especialistas do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, EMBRAPA, CPRM, IPEA, INPE e a direção de Geociências do IBGE, inaugurou a primeira Comissão Consultiva de Estatísticas Ambientais. Um olhar para a frente – Algo mudou na relação dos usuários de informações ambientais que se multiplicam enormemente. Não é apenas o governo ou o meio acadêmico que busca a estatística. Surgiu um novo cliente. É o cidadão comum. A sociedade brasileira tem interesse em tudo aquilo que a revela, afirmou Sergio Besseman Viana, presidente do IBGE. Ele avalia esse novo comportamento do brasileiro como consequência da construção progressiva da Democracia no país, da estabilização dos preços e ainda do fácil acesso à informação pela internet permitindo que o cidadão comum tenha, através da análise estatística, um olhar para a frente. Ambientalistas aplaudem a iniciativa – Que a crise ambiental existe e está instalada no Brasil, ambientalista nenhum contesta. “O desenvolvimento sustentável pede uma perspectiva de planejamento a longo prazo, exigindo a integração de diversas dimensões na tomada de uma decisão, que deve ser orientada e respaldada por informações confiáveis, atualizadas e de fácil acesso” afirma a bióloga Patrícia Mousinho que desenvolve tese de Mestrado sobre o Indicadores de Sustentabilidade, em Ciência da Informação do IBICT.